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30 agosto 2014

12ª Etapa - Rota Franciscana - Rota Esperança

Continuando a Rota da Esperança, dessa vez de Lagoinha a Cunha. Esse foi o trecho mais longo do percurso, ao todo foram 41 km.

Lagoinha está situada entre São Luiz do Paraitinga e Cunha no Vale do Paraíba. Sua origem não é diferente de muitas outras cidades. Ela nasceu à margem do caminho dos tropeiros que transportavam café da região para o Porto de Ubatuba. Na época era comum todo pouso de tropeiros ficar às margens de rios ou córregos. O nome Lagoinha foi dado porque nesse trecho o pouso da tropa ficava localizado ao lado de uma pequena lagoa. Segundo a história, localizava-se sob o atual Mercado Municipal. Sua fundação está ligada à construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição em 1863. O povoado cresceu e foi elevado à Vila em 1880. Tornou-se município pela primeira vez em 1900, mas devido à crise econômica e a baixa população voltou à condição de Distrito em 1934 e somente em 1953 voltou a ser município novamente. Com o fim do ciclo cafeeiro o município passou a viver da agricultura e pecuária. Lagoinha ainda preserva várias características do tempo do café, como alguns casarões, a Festa do Divino Espírito Santo e a cultura caipira.


Logo que chegamos a Lagoinha, passamos pelo Cristo na entrada da cidade que parecida dar boas vindas de braços abertos para o visitante. Descemos para a Praça da Matriz, registramos nossa passagem no pórtico e ainda conhecemos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Lagoinha, subimos no Cruzeiro da cidade onde tivemos uma vista privilegiada.

Seguimos nosso caminho pelas estradas rurais, passando por sítios e fazendas com muitas montanhas a nossa volta e a serra do mar ao longe. A vista era de encantar os olhos a cada curva.


Durante o trajeto vimos alguns sítios fechados e vários animais desesperados por comida. A falta de chuva acabando com o pasto e os animais abandonados à própria sorte. Deu dó dos bichos.

Nesse trecho ouvimos muitos cantos diferentes de pássaros. Em alguns momentos parecia uma sinfonia com várias espécies cantando ao mesmo tempo. Ouvimos as maritacas, gaviões, quero-quero, tesourinhas, joão-de-barro, seriemas, corujas, pombas, periquitos, sabiás, canários... Enfim, foi bom demais ouvir tudo aquilo.


Outro momento interessante foi quando passamos por um campo onde um avião monomotor com problemas mecânicos fez um pouso forçado em julho de 1924. Ele transportava uma bomba com 3 quilos de dinamite e 50 mil panfletos com a intenção de bombardear o Palácio do Catete e convocar os cariocas para a Revolução de 1924.



O caminho todo estava bem sinalizado e foi um trecho muito fácil de percorrer com poucas, mas boas subidas. Mas no geral era quase tudo plano.

Posso dizer que o melhor momento da caminhada foi quando achamos uma cachoeira no caminho. Foi sensacional! O sol estava forte, o ar estava muito seco, só um banho de cachoeira para revigorar e recarregar as energias. Depois do banho e com baterias recarregadas voltamos à caminhada rumo ao final do trecho.

O sol já estava se pondo quando saímos de uma estrada rural e entramos na rodovia já perto de chegar ao destino final. Agora faltavam apenas 2,5 km para chegar a Cunha, mas esses últimos quilômetros, podemos dizer que foram os mais difíceis. Depois de uma longa caminhada pegar uma subida íngreme já quase sem forças nas pernas, foi bem difícil, mas encaramos!


Entramos em Cunha já à noite, passamos no pórtico para registrar nossa passagem e fomos atrás de um bom lugar para recarregar as energias.

Depois do “pequeno grande” lanche, voltamos para casa, já programando nosso retorno para concluir a Rota da Esperança!

Não preciso dizer que foi bom demais! A turma toda caminhando e rindo o tempo todo, mesmo nas horas onde bateu o cansaço.

Valeu pessoal pela disposição e pela companhia!

Até a próxima!


Caminhantes, Alexandre, Andréia, Argeu, Cláudio, Cris, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice, Rafael e Seu Carlos.

17 agosto 2014

Trilha Raiz da Serra – Paranapiacaba

Programamos essa trilha com antecedência, mas durante a semana o tempo ficou fechado, ora chovia, ora fazia sol e assim foi nos três dias que antecederam a trilha. Chegamos até a cogitar remarca-la, mas mantivemos a data. Já tínhamos reservado o ônibus para nos trazer de volta. Posso dizer que foi um festival de previsões do tempo. Acho que nem a mãe Dinah teria tantas previsões assim. Todas elas diziam que choveria, uma com mais de 25 mm, outra com 2 mm de chuva, entre outras tantas com raios e trovoadas, outras apenas uma garoa e névoa. Foi meio tenso ter tantas previsões assim. No final não caiu chuva nenhuma para a alegria geral.


Essa trilha se inicia em Paranapiacaba e desce até Cubatão. Ao todo foram 15,6 km de mata fechada, mirantes, corredeiras, barrancos, alguns abismos, pedras escorregadias e vários quilômetros caminhados por dentro do Rio Mogi.

Originalmente essa trilha era conhecida como Trilha dos Tupiniquins com alguns registros históricos datados de 1528. Começava em São Vicente percorrendo as margens do Rio Mogi até Paranapiacaba. Ao longo dos séculos foi trocando de nome e hoje é conhecida como Trilha Raiz da Serra do Mar. Algumas referências históricas dizem que essa é a primeira trilha utilizada pelos europeus em São Paulo e foi o único meio de ligação entre o litoral e o planalto paulista.


A Trilha dos Tupiniquins passava pelo território dos Tamoios que eram inimigos dos portugueses e dos tupiniquins o que deixava o caminho muito perigoso. Em 1560 o Padre Anchieta abriu uma nova trilha paralela na serra. Séculos mais tarde os ingleses a utilizaram para construir a primeira ferrovia de São Paulo. Hoje o Parque Estadual Serra do Mar protege um pequeno trecho original dessa trilha.

Foi uma trilha e tanto. Em alguns trechos passamos por uma pequena parte de calçada de pedra que lembrava muito um trecho da Estrada Velha de Santos, porém bem mais estreita. Foi muito interessante passar por esse trecho, faz a gente pensar como foi dura e sofrida a vida dos escravos que transportavam cargas pesadas subindo e descendo por aquelas trilhas, e ao mesmo tempo também foi muito gratificante poder percorrer esses trechos históricos.


Essa trilha não é nada fácil e exige um bom preparo físico e resistência, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças.

Ela pode ser dividida em três partes:

1 – trecho de mata fechada, descendo a encosta até chegar ao Rio Mogi, foram cerca de 5 km de trilha saindo de 830 m para 35 m de altitude até o leito do rio com muitos barrancos, abismos, pedras soltas e vários mirantes;

2 – trecho de caminhada por dentro do rio, foram aproximadamente 6 km de pedras lisas, correnteza e muitos escorregões até a estação de trem abandonada dentro da COSIPA;

3 – finalizando em 4 m de altitude do nível do mar e mais uns 4 km de caminhada entre a estação abandonada e a saída da COSIPA onde pegamos nosso ônibus para voltar à Paranapiacaba.


Ao todo foram 12 horas de caminhada, respeitando o limite de cada participante e a segurança do grupo. Fizemos algumas paradas no caminho para descansar e relaxar nos poços criados pelo rio. Parecia até que foram criados como pontos de paradas estratégicas, o que era muito convidativo para alguns mergulhos e para recarregar as energias.

Foi uma travessia daquelas que vale cada metro andado na trilha. Ressalto o empenho do grupo que em todo tempo foi participativo ajudando um ao outro nos momentos mais difíceis e a experiência e o companheirismo do Ricardo e da Flavia que foram fundamentais desde que surgiu a ideia de fazer essa trilha até a sua conclusão.

Claro que não podemos deixar de agradecer ao nosso motorista Alex que além de nos trazer de volta em segurança ainda trouxe uma revigorante caixa cheia de cervejas, sucos, energéticos, água, refrigerantes, enfim... Valeu Alex!

Agora é se preparar para a próxima aventura.

Obrigado a todos que participaram e aos novos amigos que fizeram a primeira trilha com o Grupo Ação Natural Trilheiros, bem-vindos sempre!

Até a próxima!