O final da rota se aproxima
conforme vamos chegando próximo à capital paulista.
Voltamos a Santa Branca para
continuar nossa caminhada rumo a Guararema.
Santa Branca é uma cidade pequena
situada no Vale do Paraíba. A cidade ainda mantém parte de sua arquitetura
original da época do Brasil Império. Não é à toa que ela possui o título de
“Cidade Presépio”, pois suas ladeiras e casas ajudam a lembrar verdadeiros presépios
natalinos.
Em 1652 nasceu a Vila de Nossa Senhora
da Conceição de Jacareí, dando origem à cidade. Em 1841 o povoado foi elevado a
Freguesia, em 1856 se tornou Vila e a criação do município foi em 1856.
Na etapa anterior visitamos a
Igreja Matriz de Santa Branca construída por escravos em 1828 com alicerces e
paredes de taipa de pilão. Também passamos em frente ao Edifício Ajudante Braga
construído na época imperial e que hoje é a Câmara Municipal da cidade.
Descemos até a Igreja do Rosário
construída em 1869 em taipa de pilão com duas torres. Ainda na parte baixa da
cidade passamos em frente ao Mercado Municipal. Demos uma esticada para
conhecer a Ponte Metálica construída pelo escritor e engenheiro Euclides da
Cunha em 1902 sobre o Rio Paraíba do Sul. A ponte tem dois pilares de pedra que
sustentam as ferragens inglesas consideradas na época um dos materiais mais
resistentes do mundo. Infelizmente, a ponte está completamente abandonada e a
ferrugem tomou conta de tudo. Chega a doer o coração ver um patrimônio
histórico da cidade daquele jeito. Certamente seria motivo de orgulho se fosse
restaurada e preservada.
Voltando à rota original,
passamos pela Capela São Sebastião. Essa capela foi construída pelos fiéis no
início do século, e mais uma vez não tivemos sorte de encontrá-la aberta.
Logo atrás da Capela, entramos na
área rural da cidade seguindo para Guararema. Por boa parte desse trecho fomos
presenteados pela paisagem. Ao longo do percurso tínhamos o Rio Paraíba do Sul
por companhia aumentando ainda mais as belezas naturais que nos cercavam. Logo
que atravessamos a divisa com Guararema saímos novamente da rota original para
subir por dentro de uma fazenda particular em direção a Cachoeira do Putim.
O dia estava muito quente e um
banho de cachoeira não seria nada mal para refrescar o corpo e seguir adiante
na rota, mas infelizmente o bicho homem não é capaz de preservar a natureza,
nem mesmo levar de volta seu próprio lixo. No local existem alguns latões de
lixo e mesmo assim tinha tanto lixo espalhado misturado com vários trabalhos de
macumba que chegou a dar nojo. Moral da história, só tiramos fotos, nada de
banho, infelizmente. Quem sabe um dia o “ser humano” aprende a respeitar um
pouco a natureza.
Seguimos em frente pela estrada agora
asfaltada rumo à Guararema.
O nome Guararema tem sua origem
em Tupi Guarani que significa “madeira mal cheirosa” devido a grande quantidade
na região de uma espécie de árvore conhecida como Pau D’Alho.
Em 1654 alguns frades construíram
a capela Nossa Senhora da Escada, porque havia uma escada entre a barragem do
rio e o lugar onde ergueram a capela dando origem a uma vila. Em 1872 foi
elevada a Distrito de Paz e em 1876 foi inaugurada a Estrada de Ferro Central
do Brasil trazendo vários imigrantes, mas só em 1898 foi elevada a município.
Logo que chegamos a Guararema
procuramos o pórtico, demos uma volta e tanto procurando por ele, já estávamos
quase desistindo quando finalmente o encontramos meio escondido na Praça da
Estação ao lado do banheiro.
Aproveitamos para visitar a
Estação Ferroviária. Esta Estação foi completamente restaurada e transformada
em Centro Cultural onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Cultura.
Segundo relatos ainda existem passeios de trem Turístico e Cultural ligando
Guararema a Luis Carlos, mas não confirmamos essa informação, a Secretaria
estava fechada. Na Estação tem uma Locomotiva 353 (Maria Fumaça) estacionada
dentro de uma plataforma protegida. Essa Locomotiva é o símbolo do
desenvolvimento da cidade, foi através dos apitos da Maria Fumaça que a cidade
cresceu.
Bem próximo a Estação está o
Pontilhão. A estrutura da ponte é grandiosa e imponente, baseada na arquitetura
inglesa. Andamos por ela cruzando de um lado para outro por cima do Rio Paraíba
do Sul torcendo para não passar nenhum trem de carga naquele momento, ainda bem
que não passou senão seria um corre-corre engraçado em cima da ponte.
Seguindo em frente passamos pela Paróquia
Nossa Senhora da Ajuda e São Benedito de Guararema no centro da cidade, mas ela
parecia que estava sendo preparada para algum casamento, tiramos algumas fotos
e seguimos em frente.
Um pouco mais a frente
atravessamos mais uma ponte por cima do Rio Paraíba do Sul para entrar na Ilha
Grande. Inaugurada no final de 2004 a Ilha Grande é mais um ponto turístico da
cidade que permite ao visitante uma caminhada de aproximadamente 400 metros às
margens do rio em meio a muita vegetação e animais que parecem não se importar
com a presença humana, além é claro de um festival de peixes se exibindo a
procura de alimentos jogados pelos visitantes.
Demos aquela parada estratégica para
reabastecer nossas energias e refrescar a garganta. Ninguém é de ferro!
Depois de conhecermos um pouco de
Guararema seguimos para nossa última parada antes de pegar o trem para
finalizar de vez a Rota Franciscana.
Seguimos as orientações da rota pelo
GPS já que as placas nesse trecho sumiram, ou será que os arquivos para o GPS
levam por outro caminho? Sinceramente não sei, mas como já tivemos vários
desencontros entre as placas e os arquivos disponibilizados para os
caminhantes, seguimos o que era mais seguro.
Subimos algumas montanhas por
trechos que variavam com asfalto e estrada de terra. A vista é muito
gratificante, mas haja pernas para encarar tantas subidas e descidas.
Antes mesmo de chegarmos à
Sabaúna para registrar nossa passagem demos o dia por encerrado, já que a
informação no Guia do Caminhante indica que o pórtico está na Estação de
Sabaúna e o trajeto indicado pelo GPS estava nos levando direto para a Estação
de Mogi das Cruzes.
Deixamos para percorrer esse
trecho na última etapa da rota.
Agora entramos em contagem
regressiva para finalizar toda a Rota Franciscana.
Até agora tem sido uma
experiência ímpar conhecer todas as cidades participantes e suas histórias.
Próxima parada: Final da Rota!
Caminhantes: Argeu, Jane, Marco
Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda e Wilma.
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