Nada como a realização de um
sonho de tempos atrás.
Depois de algumas conversas e
combinações, juntamos uma turma mais reduzida do que o costume do grupo e
partimos para as montanhas do Parque Nacional de Itatiaia.
Toda estrutura e organização foi
proporcionada pela nossa amiga Sara que agilizou o roteiro, fez o agendamento
do hostel para a primeira noite e as devidas reservas obrigatórias junto com o Cláudio para
visitação ao Parque.
Pegamos a estrada muito cedo rumo
a Itamonte – MG para aproveitar a sexta-feira de folga (ou folgada) e fazer
algumas trilhas diferentes das que estavam programadas com o grupo no sábado e
no domingo.
O caminho até o Parque é feito
por uma estrada de terra, o que já é uma verdadeira aventura em seus 17 km
sinuosos e mirantes magníficos a cada curva.
Após nosso check in na entrada do
Parque, pegamos a trilha que leva até a Cachoeira do Aiuruoca. A ideia original
era subir a Pedra do Sino, mas chegamos uma hora mais tarde do que o permitido
para realiza-la. Já que a Pedra do Sino era inviável, aproveitamos o caminho admirando
alguns dos atrativos do Parque: a Asa de Hermes, Pedra do Altar, Pedra do Sino,
Ovos da Galinha, Travessia Serra Negra e Rancho Caído. Até a cachoeira são
cerca de 9 km de percurso sinuoso, com muitas subidas e descidas repletas de
paisagens que encantam qualquer pessoa, até mesmo aquelas que não se aventuram
em trilhas e passeios ecológicos. Vale ressaltar que essa cachoeira é
considerada a mais alta do Brasil em altitude, cerca de 2.350 m do nível do mar,
com 40 m de queda d’água geladíssima. Essa cachoeira nasce no planalto do
Itatiaia e vai desaguar no Rio Grande no sul de Minas Gerais.
Posso dizer que eu e o William
tivemos a sorte de ter uma guia particular nesse dia. Guiados pela experiente Sara,
caminhamos até a base das Agulhas Negras, uma montanha imponente e belíssima,
mas esse roteiro é para o sábado então vamos voltar para o que fizemos na
sexta.
Depois de apreciarmos as
montanhas e a bela cachoeira com sua água congelante voltamos para o
entroncamento indicando a volta para o Posto do Marcão (portão do parque),
desse ponto em diante seguimos o caminho orientados por totens de pedras e
marcações aleatórias do parque, subindo trechos de encosta de pedra o tempo
todo até chegarmos à Cachoeira dos Cincos Lagos. Descemos algumas ladeiras para
apreciar alguns dos cincos lagos, mas o horário estava contra nós, voltamos à
trilha e partimos para o final do trajeto fazendo uma volta completa de 15 km. Sem
dúvida uma trilha espetacular e repleta de belas paisagens dando uma impressão
que o Criador estava muito inspirado.
À noite nos juntamos com nossos
amigos no hostel para o merecido descanso (quem conseguiu). Diz à lenda que
teve um festival de roncos no quarto.
Logo que amanheceu partimos
novamente para o Posto Marcão para iniciarmos mais uma aventura agora com o
grupo completo. Ouvimos as instruções do guia contratado para a escalada ao
cume do Pico das Agulhas Negras e seus 2.791 m de altitude, o ponto mais alto
do Parque e o quinto mais alto do país segundo dados do IBGE.
Fizemos a trilha tranquila até a
Base das Agulhas. Desse ponto em diante a coisa fica mais séria e precisa ter
bastante atenção e firmeza para por o pé e saber onde se apoiar para subir
passo a passo, metro a metro.
A subida é puxada e tensa, é
necessário muito esforço físico para sobrepor os obstáculos naturais da
montanha, mas com paciência e perseverança, cada um seguindo seu próprio ritmo,
no final conseguimos conquistar o cume das Agulhas Negras. Quando digo
conseguimos, digo todos! O nosso grupo está de parabéns! Todos subiram ao cume,
vencendo as dores, medos e obstáculos. Parabéns turma! Vocês venceram a
montanha!
Já na descida a natureza nos
preparou uma surpresa. No meio do trajeto começou a chover, confesso que nunca senti
uma chuva tão gelada como aquela e claro com ela aumentou ainda mais a
dificuldade de retorno até a Base das Agulhas.
Após termos vencido essa etapa, tivemos
um contratempo bem indesejado. Infelizmente alguns amigos tiveram que retornar
para São Paulo com urgência.
No dia seguinte o grupo ainda
percorreu até a Base das Prateleiras a 2.460 m de altitude curtindo mais
algumas subidas e descidas em caminhos recheados de pedras e para fechar o dia,
nada como um verdadeiro banho de água fria na Cachoeira das Flores.
Depois de tantas aventuras
acumuladas e muitas histórias de bastidores reservadas, voltamos para casa com
a certeza de ter realizado uma das trilhas mais espetaculares do ano até agora.
Obrigado Tia Sara pelo planejamento, empenho, guiamento e organização do
começo ao fim desta aventura nota mil, particularmente eu aproveitei muito tudo
que foi possível!
Valeu galera! Foi um final de
semana top dos tops que dificilmente
será superado tão cedo.
Até a próxima aventura!
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