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02 setembro 2017

8ª Etapa Passos dos Jesuítas – Anchieta – 2ª Edição

Dia 02 de setembro descemos novamente até a baixada santista para mais uma etapa da rota. Dessa vez fizemos o trecho alternativo que liga a cidade de Cubatão ao Centro Histórico de Santos. Sem dúvidas foi o trecho com mais atrativos turísticos e culturais até agora.

Nossa primeira parada foi na Praça do Cruzeiro Quinhentista um monumento de 1922. Esse é mais um monumento integrante do circuito histórico da Estrada Velha de Santos, apesar de estar localizado fora do Parque Estadual Serra do Mar. A praça é uma referência entre o caminho antigo que ligava o Porto de Cubatão ao Planalto de Piratininga (São Paulo) construído no ponto de encontro do Caminho do Mar com o Caminho do Padre José de Anchieta (hoje inexistente nesse trecho). A praça é toda azulejada com os mesmos detalhes encontrados ao longo da Estrada Velha de Santos.

Após alguns metros de caminhada e encontramos o Marco Zero de Cubatão. Se não prestar atenção esse pequeno monumento pode passar despercebido.

Seguindo nosso roteiro paramos no Largo do Sapo para registrar nossa passagem no oitavo pórtico da rota, já que o pórtico de Santos em frente ao aquário sumiu.

Esse Largo não foi escolhido à toa para receber um pórtico da rota. Ele faz parte da história. No século XVII foi desenvolvido ali o primeiro posto alfandegário do País, representado pelo “pedágio” que os padres jesuítas cobravam dos tropeiros que subiam as encostas da Serra do Mar com suas cargas para São Paulo de Piratininga. No centro da Praça existe um monumento que relembra os canoeiros que faziam o transporte de mercadorias para o porto.

Continuando a caminhada passamos em frente a Biblioteca Municipal de 1936 com sua fachada tombada pelo patrimônio histórico. Um pouco mais a frente entramos no Parque Anilinas, antiga Fábrica de Anilinas de Produtos Químicos. O local hoje é um belo parque com animais silvestres, casas antigas que serviam de moradia para os trabalhadores da Fábrica, uma pequena Capela dedicada a São Lázaro, um parque com quadras poliesportivas, teleférico, Casa da Memória, cinema e uma locomotiva antiga em exposição permanente.

Na mesma calçada ainda passamos pela Estação Ferroviária de Cubatão, hoje abriga a Estação da Artes, mas até poucos anos atrás (1995) ainda transportava passageiros. Uma verdadeira pena constatar que nossa história férrea está abandonada. Estações como a de Cubatão tem uma grande importância histórica para ficar em desuso. Lamentável!

Depois desse ponto seguimos para Santos onde viajamos literalmente pela história.

Nossa primeira parada foi no MASS – Museu da Arte Sacra de Santos, Igreja Nossa Senhora do Desterro e Mosteiro São Bento. A construção da Igreja é datada de aproximadamente 1630, seu interior é retratado pelo estilo Barroco, rica em ornamentos decorativos. O Museu conta com acervo com mais de 600 peças sacras e religiosas. Todo complexo é tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

Em nosso roteiro original não envolvia uma visita ao Palácio Saturnino de Brito, mas já que estávamos por lá não nos custou nada fazer uma parada rápida para conhecer suas dependências e história de um dos mais importantes sanitarista do Brasil. No Palácio existe uma exposição de fotos, documentos, plantas, materiais e móveis. Tudo voltado para construção dos canais de Santos e todo o processo de saneamento da baixada.

A poucos metros na mesma calçada chegamos à escadaria e ao Bonde que leva até o cume do Morro de Mont Serrat. Aqui você pode escolher como deseja subir, encarando os 409 degraus, ou sobe de bonde, diga-se de passagem, o único em atividade no Brasil que ainda usa o sistema funicular. No nosso caso subimos de bonde mesmo. No final da subida chegamos no antigo Cassino Mont Serrat, hoje abriga uma cafeteria com muito espaço e geralmente é alugado para festas em geral.

No alto do morro está a Igreja de Mont Serrat. São mais de 400 anos de história onde a Nossa Senhora de Mont Serrat atendeu as preces do povo e frustrou os planos dos piratas holandeses durante a invasão da cidade em 1614. Segundo relatos o povo se refugiou no alto do morro e um desmoronamento soterrou os corsários. Esse evento foi interpretado como um milagre atribuído à Nossa Senhora de Mont Serrat.

Ainda por lá tivemos uma aula de como funciona o sistema funicular vendo as engrenagens rodando e todo sistema sendo operado pelos funcionários da casa de máquinas.

Depois de muitas fotos e ter contemplado a cidade de Santos lá do alto, seguimos para nosso nono pórtico da rota no Outeiro de Santa Catarina que para variar o mesmo se encontrava fechado dentro das dependências do Outeiro. Esse fato deixa o caminhante em uma situação embaraçosa, já que o pórtico está mais ou menos 15 metros do alcance dos caminhantes. Nossa solução foi pular o portão para registrar nossa passagem e voltar para a nossa caminhada. Fica a dica para os futuros caminhantes e para a coordenação do programa para reverem esses pequenos erros de instalação (que são muitos) e mudarem a localização para mais perto do portão facilitando a vida do caminhante e evitando desgastes desnecessários.

Bem ao lado do Outeiro está a Casa do Trem Bélico, um antigo prédio de edificações militares de 1640 e tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1940. Claro que paramos lá também. Rimos muito com a apresentação do Zé Corneteiro e suas brincadeiras cheias de histórias. Tivemos uma verdadeira aula divertida sobre o local, sua função e uso. Foi muito bom ter interagido com nossos anfitriões.

No caminho ainda passamos em frente à Igreja do Carmo que infelizmente estava fechada, e bem ao lado da Igreja paramos no Pantheon do Andradas.

O Pantheon dos Andradas é o jazigo das cinzas de José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Independência e seus irmãos. Abriga valiosos quadros em bronze que descrevem cenas da vida do Patriarca. O Monumento foi tombado pelo CONDEPASA (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos) em 1993.

Durante nossa caminhada pelo Centro Histórico ainda passamos pela Casa da Frontaria Azulejada, construída em 1865 para residência e armazém. Ela tem a fachada em estilo neoclássico toda decorada com mais de sete mil azulejos em alto relevo.

Estávamos quase no final do dia de caminha e um dos pontos mais importantes de Santos não poderia ficar de fora da rota. Estou falando da Bolsa do Café. A Bolsa do Café foi criada em 1917, o prédio que passou a abriga-la foi inaugurado em 1922 em estilo eclético inspirado no Renascimento Italiano. Construído com materiais importados, em seu interior poder ser apreciadas obras importantes de Benedicto Calixto. Tombado pelo CONDEPHAAT em 1981 e pelo CONDEPASA em 1990 e em 2006 pelo IPHAN. O prédio abriga o Museu do Café com obras e exposição permanente sobre a história do café no Brasil, além de uma cafeteria na entrada onde o turista pode degustar bons cafés revivendo um pouco da história.

Para finalizar o roteiro cheio de estilo, fizemos um passeio de bonde pelas ruas e avenidas do Centro Histórico de Santos, revendo basicamente tudo por onde passamos durante o dia na caminhada.

Sem dúvida foi um dia muito especial, cultural e cheio de histórias.

Com certeza andamos bastante! 

Não há forma melhor para fechar esse dia do que sentando em um dos botecos antigos no centro velho e rir das nossas histórias com essa turma sempre animada até o último instante.

Valeu turma pelo dia.

Que venham novas e boas histórias nos próximos trechos da rota!

Até a próxima caminhada.













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