A ideia surgiu em 2014: subir o
5º maior pico do Brasil, com 2791 m de altitude. Após mais de um ano pesquisando,
em novembro de 2015 o planejamento toma forma e os detalhes se fundem.
Marcado para 13 de fevereiro de
2016, Tamara, Aline, Moisés e eu, finalmente, íamos subir o famoso pico do
Parque Nacional do Itatiaia.
A cada dia a ansiedade aumentava
e os assuntos sobre o que precisávamos levar, como nos preparar, iam ficando
cada vez mais intensos e frequentes. Chegou o dia 12 de fevereiro, a data
marcada para partida, estávamos lá no Terminal Rodoviário do Tietê, às 23:00,
junto com o restante do grupo (nós iríamos de carro e eles de van). Saímos as
23:50.
O objetivo era ir acompanhando a
van, mas o motorista “vazou” sem esperar. Paciência, isso não nos abalou, até
porque “quem tem boca vai a Agulhas”. Seguimos pela Ayrton Senna e Carvalho
Pinto até Taubaté, onde acessamos a Dutra. Escolhemos o trajeto por ter quase a
mesma distância e pedágios mais baratos, além do limite de velocidade ser maior
(120 contra 110 da Dutra).
Fomos até o AMAN (Academia
Militar do Agulhas Negras), em Resende/RJ, pois não sabíamos qual portaria (1
ou 2) era utilizada para acesso ao Pico. Lá, nos informaram que teríamos de ir
até a Portaria 1 (Parte Baixa), pegando a Dutra sentido SP e acessar a saída
317, conforme indicaram as placas Itatiaia / Parque Nacional. Feito, andamos 12
km na BR-116 e mais 6,5 km até chegar à Portaria da Parte Baixa.
Destino alcançado, mais uma
surpresa... O acesso ao Pico se dá pela Portaria 2, conhecida como Posto
Marcão, que fica na cidade de Itamonte/MG, a 56 km dali...
Voltamos para a Dutra, sentido
SP, e pegamos a saída 330, no bairro de Engenheiro Passos, com destino a
Itamonte, pela BR-354. Subindo a serra, muitas curvas, estrada simples de mão
dupla e sem acostamento (quem sofre com curvas, tome remédio!). Quando demos
conta, já estávamos descendo a serra, chegamos à cidade de Itamonte e pedimos
informações. É, havíamos passado a estrada que dá acesso ao Posto. Subindo a
serra, vimos o Hostel que nos hospedaria, logo não foi de tudo ruim ter errado
(rs).
Subimos 20 km até localizarmos a
Garganta do Registro, local onde fica a estrada. Faltava pouco, 14 km de
estrada de terra (carro baixo sofre!). Poucas paradas para fotos acima das
nuvens, apreciando o maravilhoso visual.
E a via sacra teve fim às 6:27 da
manhã, quase 6:40 após a saída do Tietê. Para efeito de comparação, levamos
3:30 para voltar...
Sem descansar, nos arrumamos para
iniciar a trilha, pois estava marcada para as 7:00. Assinamos a ficha de
responsabilidade e, quando pensamos que era a hora de seguir, o guia nos diz
que o fiscal pedia uma segunda corda de 30 m (já tínhamos uma), pois o Parque
exige uma corda a cada 13 pessoas e nosso grupo contavam com 25 integrantes.
Caso contrário, o grupo seria dividido em dois. Um iria para o Pico e o outro
curtiria trilhas e cachoeiras, e no domingo inverteria. O guia disse que no
hostel em que hospedaríamos teria a corda que precisávamos. Me disponibilizei
para levá-lo. Deu certo. Em uma hora fomos e voltamos. O fiscal olhou e
autorizou o grupo a seguir. Ufa!
As 8:40 estávamos iniciando a
trilha de 3 km até o Abrigo Rebouças, onde comeríamos algo e abasteceríamos as
garrafas com água, além de usar o banheiro. Ficamos 10 minutos e continuamos a
seguir até a base do Pico, que está a 2,5 km do Abrigo.
O sol estava bem forte, mas o
vento leve e gelado da altitude (2430 m) aliviava.
Pouco antes da base, um riacho
com água gelada e limpa, que aproveitamos para reabastecer garrafas, pois a
partir dali não teríamos mais pontos de água.
A partir de agora é só pedra.
Calçado faz toda a diferença. Subida íngreme e, em alguns pontos, sendo preciso
ajoelhar ou mesmo encostar o peito na pedra, no melhor estilo Homem Aranha. As
escalaminhadas são de nível médio a difícil e desgastante. São 02 pontos de
corda, o primeiro na metade da subida e o segundo na última parte, já para
alcançar o falso cume.
Terminamos a subida as 14:00,
tarde para podermos ir até onde fica o livro, infelizmente, mas valeu muito,
sensação inigualável e indescritível!
As meninas (Tamara e Aline) não
foram o falso cume, ficaram no ponto da última corda, por questões de dores no
joelho.
As 14:40 iniciamos a descida, com
os mesmos perrengues da subida, mas judiando ainda mais dos joelhos. Usar
joelheiras e tornozeleiras pode ser muito válido, principalmente para quem já
tem algum histórico. A volta foi mais rápida, óbvio, e às 18:00 já estávamos no
Posto para seguirmos até o Hostel.
O Hostel Picus é muito bem
estruturado e o indico tranquilamente.
Jantamos e fomos dormir umas 22:00,
não dava para enrolar tamanho o cansaço.
No domingo acordamos as 6:30,
tomamos café e organizamos as coisas no carro, assim não seria necessário
voltar ao hostel após sairmos do parque.
Chegamos ao parque, nos
apresentamos e... Adivinhem! Sem o comprovante de pagamento não poderíamos
entrar... Um sufoco para achar um local com o mínimo de sinal para contatar o
responsável pelo grupo. Uns 100 m após, consegui o contato e a imagem do
comprovante.
Uma vez dentro do parque, fomos
até a Cachoeira das Flores, 500 m a frente do Abrigo Rebouças, em direção ao
Pico das Prateleiras. Cachoeira com água extremamente gelada, arrisco dizer que
é a mais gelada que já entrei. Fizemos um cercado com pedras e alocamos nossas
garrafas, para mantê-las geladas. Ficamos lá por volta de 1:30.
Seguimos até a base do Pico das
Prateleiras, mas não podíamos subir, pois além da falta de equipamento, não
tínhamos guia.
Voltamos os 6 km (base até Posto)
e, as 17:00 já estávamos saindo do parque. Leves e felizes com nossos
desempenhos.
Paramos em uns quiosques de beira
de estrada, na Garganta do Registro, onde compramos algumas coisas. 17:30
encaramos a estrada até SP, chegando na Salim Farah Maluf as 20:45.
Resumo da viagem:
SP até Posto Marcão: 294 km
Posto Marcão até SP: 300 km
Ida e volta: Ayrton Senna,
Carvalho Pinto, Dutra e BR-354
Combustível: R$ 265,00 (gasolina,
Uno Evo, 1.0, às vezes usando o ar condicionado)
Pedágio: R$ 48,40
Alimentação (água, isotônico,
lanches, barras, energéticos e macarrão instantâneo): R$ 185,00
Locação do carro: R$ 360,00
Total Coletivo: R$ 858,40
Partilha: R$ 214,60 (04
pessoas)
Hostel: R$ 45,50 (1 pernoite)
Entrada no Parque: R$ 22,50 (R$
15,00 sábado e R$ 7,50 domingo, valores para brasileiros)
Total Individual: R$ 68,00
Total Investido/cada: R$ 282,60
Por Everthon Moraes
Viagem incrível. Tive uma certa dificuldade devido meu joelho já ter histórico de lesão e o solado do meu calçado não ser de borracha. Uma dica para ter um melhor desempenho no paredão de pedras é ir com sapatilhas de escalada ou calçados com soladis de borracha. E procurar levar mochilas que prendam no corpo para não atrapalhar nos momentos de escalaminhadas. No mais é partir e ir curtir o visual. Experiência incrível.
ResponderExcluirViagem incrível. Tive uma certa dificuldade devido meu joelho já ter histórico de lesão e o solado do meu calçado não ser de borracha. Uma dica para ter um melhor desempenho no paredão de pedras é ir com sapatilhas de escalada ou calçados com soladis de borracha. E procurar levar mochilas que prendam no corpo para não atrapalhar nos momentos de escalaminhadas. No mais é partir e ir curtir o visual. Experiência incrível.
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