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20 novembro 2014

Trilha da Ferradura – Paranapiacaba

Tem coisa melhor que juntar um bando de doidos e ir para Paranapiacaba fazer uma das trilhas mais difíceis que tem por lá?

Pleno feriado da Consciência Negra, em vez de ficar em casa mofando, juntamos a turma e seguimos para mais uma aventura.

Chegamos cedo por lá e não demorou muito e o nosso pequeno grupo já estava na mata iniciando a trilha pelo caminho que leva ao Lago de Cristal e à Cachoeira Escondida. O percurso nesse trecho é relativamente fácil sem exigir muito esforço físico, mas tem bastante lama como na entrada da Cachoeira da Fumaça. Como dizem: “quem está na trilha é pra se sujar!” Não é?


Passamos pelos tubos de concreto, uma das referências da trilha e logo chegamos ao Lago de Cristal. Mais uns metros barranco abaixo virando à direita, e pronto, chegamos à Cachoeira Escondida. Essa cachoeira é pouco frequentada talvez pelo desnível entre ela e o Lago de Cristal, exigindo do aventureiro um pouco mais de esforço.

Foi nosso primeiro ponto de parada. Não tem como ir a uma cachoeira como aquela e não ficar alguns momentos por lá curtindo o visual ou embaixo dela.

Seguindo em frente, descemos as pedras rumo ao Vale da Morte e à Garganta do Diabo, nomes bem sugestivos para o caminho.

Foi um caminho difícil com pedras de todos os tamanhos e formatos, não é exagero dizer que é o trecho mais “punk” da trilha. Foi um dos mais difíceis que já percorri em uma trilha. Ora desviando de um lado para outro cruzando o rio aqui e ali para achar o melhor caminho, ora escalando as pedras e fazendo contorcionismo para escolher um melhor trecho. Haja pernas!


Enfim chegamos ao Vale da Morte. Eita lugar bonito! Certamente não merecia esse nome.

Em cima de uma pequena cachoeira na entrada do Vale da Morte pudemos avistar a trilha que desce a Cachoeira da Fumaça. O rio vem descendo e criando outras duas cachoeiras menores seguindo pela encosta da montanha até se juntar no vale com as águas que descem do Lago de Cristal e da Cachoeira Escondida escorrendo para a Garganta do Diabo. Mesmo fotografando aquela imagem não dá para descrevê-la com a perfeição que merece. É simplesmente magnífica!

Pensamos em seguir para a Garganta do Diabo que estava a cerca de 600 m de onde estávamos. Seriam 1.200 m ao todo por cima de mais pedras, mas a hora não permitiria nossa ida e retorno antes que anoitecesse. Já que não iríamos acampar na região seria arriscado demais ter que sair da trilha somente com as luzes das lanternas.

Pegamos o caminho para o topo da Cachoeira da Fumaça e lá fomos nós. Subida e mais subida, quando você pensa que naquela curva ao lado daquela árvore vai ser mais tranquilo, engano seu! Tem mais subida pela frente. Escadas naturais feitas de raízes ajudavam na escalada, as forças das pernas já tinham sumido há tempos e meio que você vai em frente numa espécie de piloto automático esperando que aquele perrengue termine logo.


Até que finalmente chegamos ao topo da Cachoeira da Fumaça. A sensação foi uma mistura de alívio e conquista. Fazer essa trilha foi um verdadeiro teste de resistência, foi bem mais puxado que imaginamos, e claro que mais um banho de cachoeira foi muito bom para recarregar as energias. Fazer uma hidromassagem natural nas pernas depois de tudo que enfrentamos, não tem preço!

Faltavam mais ou menos 4 km para voltar ao início da trilha, então seguimos amassando barro e pisando em muita lama até a saída na Rodovia.

Vale pequeno desabafo. Eu não me conformo como tantas pessoas que vão para a mata fazer as trilhas e dizem: “que curtem a natureza”, conseguem deixar tanto lixo no caminho. É no mínimo revoltante. Poxa, se a pessoa é capaz de levar uma lata, um pacote de salgadinho ou bolacha cheio e pesado o caminho todo, por que o infeliz não é capaz de trazer de volta a lata, garrafa e o saquinho que envolvia o lanche vazios? Falta muita cultura e educação em todo lugar. Definitivamente essas pessoas não podem ser chamadas de trilheiros, não mesmo!

Por fim, terminamos! Foram aproximadamente 10 horas de trilha com muitas cachoeiras, muitas pedras no caminho, subidas quase intermináveis, escalaminhadas e o melhor de tudo é que sobrevivemos!

Há! É claro que eu volto!

Valeu pessoal pela disposição! (bota disposição nisso).

Até a próxima!

Um comentário:

  1. Agradeço a ajuda e paciência de todos, principalmente do meu namorado, Ricardo Del Bel, que sempre está disposto a me ajudar nos trechos onde para mim, são mais difíceis. Onde minhas perninhas curtas não alcançam e onde meus joelhos sofrem. Foi punk! Mas... sem dúvida, RECOMPENSADOR!!! E bora pra próxima aventura,rs!

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