
A caminhada “Passos dos Jesuítas - Anchieta” além de trazer um pouco da história do Padre José de Anchieta, conta um pouco das construções e peregrinações no início do descobrimento do Brasil.
Conhecendo um pouco do Padre José de Anchieta: nascido em San Cristóbal de La Laguna, Ilha de Tenerife - Arquipélago das Canárias na Espanha em 19 de março de 15 34. Desembarcou em Salvador/BA em 13 de julho de 15 53 e viveu por aqui por 44 anos. Chegou à Capitania de São Vicente em 24 de dezembro de 15 54, região que viveu e amou profundamente. Era catequista, teatrólogo, poeta e enfermeiro. Foi chamado de “Homem Santo” e “O Apóstolo do Brasil”. Faleceu em 09 de junho de 15 97 em Reritiba, povoação fundada por ele, hoje Cidade de Anchieta em Espírito Santo.

Dia 29 de Outubro, chegamos ao litoral sul de São Paulo para dar início a nossa caminhada “Passos dos Jesuítas - Anchieta”. Com os cartões em mãos e já habilitados para passar nos pórticos e marcar nossa passagem em cada trecho do percurso, fomos ao ponto inicial na Praça do Mercado do Peixe em Peruíbe.

Logo no começo da caminhada, chegamos ao LAMÁRIO, Projeto Lama Negra de Peruíbe – Complexo Thermal da Lama Negra de Peruíbe. A lama negra (Argila crenológica) foi criada pela ação vulcânica e formou-se através da fusão com a água do mar, matérias orgânicas e inorgânicas resultantes de processos geológicos e biológicos. A lama escura com forte odor de enxofre é indicada para: artropatia crônica degenerativa, artrite reumatóide, gota, reumatismo não articular, fribromiosite, mialgias, nevrites, afecções vasculares periféricas, dermatites, caspa, seborréia de couro cabeludo, acnes, manchas de pele, rugas, celulites, entre outras.
Ao lado do Lamário temos o Aquário de Peruíbe, com mais um pouco da história da pesca em Peruíbe e alguns peixes em exposição.
Seguindo nossa caminhada chegamos a Praça da Igreja Matriz. A Igreja de São João Batista tem vitrais coloridos de santos católicos e painéis pintados ao longo da igreja, retratando passagens bíblicas, com uma cruz no teto e pequenos vitrais desenhados. No fundo da igreja existe também uma réplica do Santo Sudário e a sua história.


Aproveitando nossa ida até a capela, subimos o mirante, onde tivemos uma visão privilegiada da orla das praias de Peruíbe até a cidade de Itanhaém. Ainda no mirante entramos no Museu Histórico e Arqueológico de Peruíbe com objetos dos Sambaquis e louças do séc. XIX, objetos domésticos dos colonizadores, painéis da região e detalhes dos sítios arqueológicos ao longo da cidade de Peruíbe.
Seguimos novamente as placas e chegamos à divisa entre Peruíbe e Itanhaém. Nesse primeiro dia caminhamos todo trajeto original com alguns complementos. Foram cerca de 25 km de caminhada.
Já no dia 30, começamos do ponto em que paramos, rumando para o norte em nossa caminhada. Foram mais 12 km em linha reta pela orla passando por várias praias até o segundo pórtico na Guarda Civil de Itanhaém. Logo após o segundo pórtico chegamos ao Pocinho de Anchieta, depois subimos o Morro Paranambuco e a Pedra da Esfinge. No alto do morro, temos uma visão completa da orla das praias desde as montanhas na praia de Guaraú em Peruíbe de onde partimos até as praias de Itanhaém. Lá em cima vimos de perto os famosos painéis de Anchieta.
Descemos o morro, passamos pela Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e caminhamos pela passarela que leva à Cama de Anchieta. Essa cama, esculpida pela natureza, feita de pedra, é um lugar com muitas rochas com as ondas do mar batendo, fazendo aquele barulho gostoso da água e do vento.
Assim terminamos nossa primeira etapa. Apesar da distância percorrida nesses dois dias, cerca de 40 km , nossas pernas não ficaram doloridas, cansadas sim, mas doloridas não. Faltam muitos quilômetros ainda, mas já deu para ter um gostinho do que todo o trajeto nos reserva.
Esse foi apenas o início da nossa caminhada.
Caminhantes: Cláudia Melo, Marco Estácio e Marcos Roberto.
Por Marcos Roberto - Ação Natural Trilheiros