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Aqui você saberá, quando, onde e quem, participou de nossas aventuras e trilhas. Sempre a procura de novos amigos e companheiros com disposição para aventuras e curtir a natureza. Participem do nosso Blog. SEJAM BEM VINDOS!

14 novembro 2016

Exploração e Travessia Estrada Petrobrás

1ª parte.

Dia 22 de outubro de 2016

Não há nada melhor do que explorar uma região, descobrir caminhos e perceber que tudo isso supera nossa expectativa e nos possibilita aprendizados, conhecimentos e claro, muita diversão.

Depois de juntar as poucas informações (poucas mesmo) sobre um trajeto quase inexplorado por trilheiros, ou pelo menos sem quase nenhuma divulgação sobre esse roteiro, reunimos um pequeno grupo de (malucos) exploradores para conhecer as curvas, subidas, descidas, montanhas, serras, rios, riachos, corredeiras e algumas cachoeiras escondidas na paisagem dessa estrada.


A Estrada Petrobrás começa bem em frente ao Restaurante Nha Luz no município de Salesópolis. Esse município deveria estar no roteiro de qualquer programa turístico para ser mais explorado por sua diversidade em atrações, entre elas: o Museu da Energia, Parque da Nascente do Rio Tietê, Barragem, inúmeras cachoeiras, alambiques, Casarão Senzala, trilhas, Centro com casarões históricos, enfim, tem muita coisa mesmo por lá.

Mas voltando para nossa exploração.

Escolhemos um dia em que o tempo infelizmente não estava limpo, mas isso não nos impediu de encarar aquela aventura. No começo a estrada é asfaltada, mas não se engane. Basta andar pouco mais de um ou dois quilômetros e o asfalto vira uma vaga lembrança do caminho.

Passamos por algumas vilazinhas no caminho encarando boas subidas. Como tinha lido em um site que ali só passavam carros 4x4 logo imaginamos o que a estrada nos reservava e não demorou muito para descobrirmos. Suas subidas são bem acentuadas e esburacadas, infelizmente nos primeiros 30 km não vimos nenhuma cachoeira, só sítios, fazendas e alguns fornos de carvão, mas após esse trecho a estrada muda muito. As casas são verdadeiras raridades e a serra toma conta do visual. Passamos pela Pedra do Maracajá (homenagem a um gato raro e solitário que foi avistado no local), vários mirantes e as cachoeiras começaram a aparecer em nosso caminho. Claro que aproveitamos a oportunidade para tomar um bom banho gelado no meio da serra do mar.


Logo após a primeira cachoeira, o som característico das corredeiras nos acompanhou por todo o caminho até a descida da serra. Uma parada aqui outra ali e mais cachoeiras foram registradas no caminho.

Por fim, a nossa exploração terminou com nossa chegada em Caraguatatuba litoral norte de São Paulo.

Mas se você está pensando que tudo acabou assim, engano seu!

Marcamos de retornar outro dia para encarar tudo isso a pé para nos deliciar com a aventura dessa travessia.

2ª parte.

Dias 12 e 13 de novembro de 2016

Reunimos alguns corajosos e preparamos nossas mochilas, barracas, enfim a tralha toda para acampar no meio do caminho.


Refizemos todo o trajeto passo a passo, rindo e sofrendo com as subidas quase intermináveis (de carro estava bem mais fácil), alguns bikers passavam por nós e achavam que éramos loucos (já nos acostumamos com esse título), mas bola pra frente. Nossa alegria era saber que no segundo dia teríamos algumas cachoeiras no caminho e isso era o que nos motivava o tempo todo.

Ao final do primeiro dia a garoa não deu trégua e nosso acampamento foi montado debaixo de chuva mesmo. Corta mato aqui, arma uma barraca aqui, outra ali e nosso camping estava pronto.


Para nossa sorte na última hora a Sara resolveu participar dessa aventura e salvou a pátria com o seu fogareiro, se bem que estávamos preparados para fazer uma fogueira no estilo rústico se fosse necessário, mas com a chuva que caia não sei não como teríamos nos virado. O importante é que tudo deu certo e de quebra ganhamos uma senhora cozinheira na trilha. Valeu Sara! Foi tudo bom demais! Você está escalada para os próximos acampamentos!

Logo que amanheceu bora desmontar acampamento e pegar a estrada de novo rumo ao litoral. Não sei se o caminho ficou mais longo por causa da chuva, mas parecia que o final da caminhada não chegaria nunca.


Confesso que vi tanta subida que não me lembrava que existiam. Que desespero!

Passamos pelo grande Polo da Petrobrás, não é à toa que a estrada tem esse nome. Depois do Polo, adivinha? Mais subidas, algumas descidas e mais subidas de novo, até que enfim chegamos ao ponto onde inicia a descida da serra e ai não tem outro jeito é só descer, descer e descer. Haja joelhos para aguentar tudo aquilo.

Já no final da estrada um pouco antes de reencontrarmos com o asfalto paramos em um barzinho que tinha acabado de fechar, mas depois de perguntar se tinham algo para bebermos, o dono abriu as portas para nos atender.

Comemoramos mais uma aventura refrescando a garganta com o famoso líquido dos deuses (segundo os faraós), para nós é cerveja mesmo.


Além de tudo, tivemos uma grande sorte. Negociamos com o dono do bar e ele nos levou até a Rodoviária de Caraguatatuba para finalmente darmos por encerrada toda a aventura que se iniciou dias antes com uma exploração despretensiosa.

E assim fechamos mais uma aventura! Essa foi para ficar na memória por vários motivos: chuva, subidas, dores nas pernas e costas, risadas, subidas, frio, lindas cachoeiras, subidas, morros, mirantes, serra, silêncio, paz, paisagem, amizade, companheirismo, parceria, enfim, só coisa boa!

Valeu galera! Obrigado pela companhia e persistência de todos para concluir essa travessia com tantas histórias.

Até a próxima!

02 novembro 2016

10ª Etapa Caminho da Fé – Campista a Campos do Jordão

Dia 2, em pleno feriado de finados, reunimos a turma mais uma vez para realizar mais uma etapa da caminhada. Chegamos bem cedo em Campista no mesmo local onde havíamos encerrado a etapa anterior. Tudo indicava que seria mais uma etapa com longas subidas por causa da serra que separa Campista de Campos do Jordão, mas ainda bem que não foi. Nada se compara às subidas exaustivas entre Luminosa e Campista.


Seguimos por estradas rurais, o que não é nenhuma novidade nessa rota, porém, muito mais tranquilas do que imaginávamos. A caminhada foi feita sem muito esforço e foi bem agradável. Como sempre, estávamos cercados por montanhas altas e belas. Passamos por pequenas corredeiras e nascentes, até paramos em uma pequena cachoeira no caminho para dar aquela tradicional refrescada durante a caminhada.

Por fim, chegamos a Campos do Jordão.


Os primeiros habitantes da região eram índios, mas com a corrida por novos caminhos, alguns desbravadores compraram algumas terras para fixarem residências na região. Por fim, a família do desbravador Inácio Caetano Vieira de Carvalho vendeu suas terras a Manuel Rodrigues do Jordão, sobrenome que deu origem ao nome da cidade posteriormente. Na metade do século XIX as terras de Jordão foram loteadas e vendidas.  No final do século XIX a região ganhou fama de ser um local indicado para tratamento de doenças pulmonares devido a seu excelente clima. Nas décadas de 1920 e 1930 os primeiros sanatórios foram construídos para tratarem doenças do pulmão. Em 1934 Campos do Jordão emancipou-se de São Bento do Sapucaí.


Paramos na Pousada Refúgio dos Peregrinos para carimbar nossos passaportes e depois de alguns minutos de conversa seguimos em frente.

Percorremos as ruas e avenidas da cidade acompanhando a linha férrea. Seguindo as setas amarelas saímos da avenida e subimos no sentido do Alto do Lajeado. Passamos por alguns mirantes com belas paisagens e voltamos a percorrer nosso caminho ao lado da linha férrea até que em um determinado ponto tivemos que literalmente caminhar por cima dos trilhos.


Durante esse percurso passamos por algumas Estações, elas até que estavam preservadas, mas completamente abandonadas. É triste ver uma parte da nossa história e cultura tão largada por falta de interesse público e político. Certamente um bom planejamento com custos atrativos devolveria o charme do trem turístico à região durante o ano todo, não somente em datas comemorativas, mas o que podemos esperar de governos que não investem em cultura da forma adequada para manter a história viva?


As horas correram e o dia foi se acabando, mas a ameaça de chuva forte pôs fim ao nosso dia de caminhada.

Agora falta bem pouco para o encerramento dessa jornada.


Caminhantes: Adriana e Argeu Alamino, Cláudio Siqueira, Cris Senkiw, Jane Ribeiro, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice Ruy Carral, Wilma Custódio e Seu Carlos.