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11 março 2017

Trilha da Pirapitinga e Cachoeira Grande

Dia 11 Juntamos a turma para mais uma aventura. Dessa vez a trilha escolhida foi a da Pirapitinga dentro do Núcleo Santa Virgínia em São Luiz do Paraitinga.

Apesar do receio de ter a trilha cancelada por causa das fortes chuvas que antecederam a semana do evento no fim tudo deu certo, o tempo firmou e a trilha foi realizada com muita disposição.



A trilha em si tem o formato de uma ferradura fazendo uma grande volta passando pelas margens dos rios Paraibuna e Ipiranga e também por algumas belas cachoeiras como as cachoeiras das Andorinhas, Salto Grande e do Saltinho. Claro que paramos em cada uma delas para banhos refrescantes, ou melhor, bem gelados mesmo.

A Cachoeira das Andorinhas tem uma queda d’água de aproximadamente 20 metros de altura formando um grande lago na sua base bem convidativa para banho e mergulho. Na beira do lago da cachoeira nos divertimos com o cardume de  pirapitinga, peixe endêmico da região, ou seja, só existe lá no Rio Paraibuna e no Rio Ipiranga e por essa razão nome da trilha é Pirapitinga.

Depois do primeiro banho, seguimos subindo e descendo a trilha margeando do Rio Ipiranga. No caminho ainda paramos em outro atrativo da trilha, a Ponte de Pedra para uma sessão de fotos. Seguindo em frente vimos o Rio Ipiranga se juntar ao Rio Paraibuna formando novas corredeiras sumindo entre as montanhas da Serra do Mar.



Subimos mais um trecho da trilha até alcançarmos a Cachoeira do Salto Grande. Essa cachoeira é simplesmente magnífica. Tem muita imponência e força, suas pedras criam um espetáculo à parte proporcionando aos aventureiros muita diversão e bons banhos em suas fendas e buracos provocados pela força da água ao longo dos anos.

Foi muito divertido brincar nas pequenas hidromassagens naturais e com os peixes que vinham nadar quase que em cima da gente sem demonstrar medo algum, ou será que eles só estavam atrás de comida?



Por fim subimos mais uns metros pela trilha até uma nova “parada básica” na terceira cachoeira do dia, a do Saltinho. Mais uma vez com direito a um banho revigorante antes de encararmos a subida do Morro do Araçaeiro até o final da nossa trilha voltando à base do Núcleo.

Ao todo essa trilha tem aproximadamente 5,7 km ida e volta e é considerada de nível média por conta das três grandes subidas durante o percurso, mas nada que impeça ou iniba os aventureiros dispostos a aproveitar mais um pouco das belas paisagens escondidas na nossa Mata Atlântica.

Depois de nos despedirmos do Parque ainda demos uma esticada até Lagoinha, cidade vizinha de São Luiz do Paraitinga, para encarar mais uma cachoeira. Dessa vez a Cachoeira Grande de Lagoinha.


Bom o nome já diz tudo né. A cachoeira é belíssima! Ela pertence a uma propriedade particular onde os donos investiram em infraestrutura preparando o local para receber turistas de todos os lugares. O local conta com lanchonete, banheiros, estacionamento, um mirante e outras melhorias para prática de esportes de aventura como rapel, tirolesa, entre outras atividades. Vale a pena dar uma passada por lá mesmo que seja só para tomar um banho de cachoeira e comer uma porção de peixe.

Para nós foi a saideira do dia aproveitando a cachoeira ao máximo até que a chuva resolveu que queria participar da brincadeira, mas ela acabou brincando sozinha.

E assim terminou mais uma aventura com o grupo.

Valeu pessoal pela companhia e pela diversão. Espero que todos tenham gostado da aventura!

Até a próxima.

04 março 2017

2ª Etapa Passos dos Jesuítas – Anchieta – 2ª Edição

Dia 04 de Março.

Depois de um pequeno descanso voltamos ao Pocinho do Anchieta em Itanhaém onde finalizamos a caminhada na etapa anterior e logo que chegamos ao local propriamente dito já tivemos as primeiras (das muitas) belas paisagens que o dia tinha nos reservado.



Fizemos uma grande sessão de fotos no Pocinho, um verdadeiro book completo. Depois seguimos a trilha que sobe o Morro Paranambuco¹. Do alto tivemos uma visão muito privilegiada de toda extensão da orla de Itanhaém. Vale dizer que hoje o local é frequentado por turistas que querem apreciar o mar por um ângulo diferenciado, mas antigamente no local existiam competições de MotoCross, além ter abrigado um vilarejo de madeira para trabalhadores. Atualmente o morro abriga um dos reservatórios de água da cidade.


Demos a volta por cima do morro e chegamos à Gruta Nossa Senhora de Lourdes e a Passarela suspensa que leva até a Cama de Anchieta. Essa passarela é toda preparada para o turista conhecer um pouco da história e vida do Padre José de Anchieta. Conta-se que ele costumava se deitar sobre a pedra que tem o formato de cama para descansar, orar e meditar ao som das ondas batendo nas pedras após longas caminhadas.



Percorremos a trilha de pedras até acessarmos a Praia dos Sonhos. Na divisa entre as Praias do Sonho e dos Pescadores está localizado o Monumento Mulheres de Areia, esse monumento foi construído em 1972 em homenagem a primeira versão da novela Mulheres de Areia gravada na cidade pela extinta TV Tupi.

Em frente ao monumento está a Ilha das Cabras. Essa ilha é tão próxima do continente que pode ser acessada a pé quando a maré está baixa. Ela é formada por rochas a sua volta e pouca vegetação no topo do morro. Um verdadeiro convite aos apreciadores de aventuras, o que sempre é o nosso caso. Fizemos a volta completa na ilha e voltamos ao continente para continuar nossa jornada.


Outra grata surpresa do dia foi a Trilha do Sapucaitava. Localizada próximo ao Iate Clube de Itanhaém. Sem dúvidas foi uma verdadeira descoberta conhecer essa trilha, pena que não a exploramos descentemente, segundo relatos, no cume do morro existe um mirante rústico com um nome bem sugestivo “Pedra que Espia²” para apreciar as praias ao redor, no entanto, no final da trilha chegamos a Boca da Barra do Rio Itanhaém, onde o rio abraça o mar. Sem dúvida um dos pontos altos do dia com direito a banho coletivo na temperatura amena das águas do Rio Itanhaém.



Voltando à caminhada original. Atravessamos o Rio Itanhaém pela ponte sobre o rio (alguns queriam atravessar a nado) para enfim chegarmos ao Centro Histórico da cidade.

Paramos na Praça Narciso de Andrade para registrar nossa passagem no segundo pórtico da rota. Bem em frente do pórtico está a Igreja Matriz de Sant’Anna de 1639. No interior desta igreja podemos viajar no tempo. Os altares da igreja são remanescentes da arte sacra paulista, verdadeiras relíquias preservadas durante os séculos. Depois dessa breve pausa, subimos ao Convento Nossa Senhora da Conceição bem ao lado da Matriz. Esse convento em especial conta parte da história da cidade e também dos primórdios do Brasil. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O convento está localizado no alto do Morro do Itaguaçu, é considerado uma das primeiras edificações da história do Brasil. Fundada no mesmo ano da fundação de Conceição de Itanhaém³ em 1532 por padres Jesuítas.


Depois de percorrer pela história da fundação da cidade, ainda demos uma breve passada pela Casa de Câmara e Cadeia, esse é outro prédio importante para o patrimônio histórico da cidade. Ele tem suas origens no processo de colonização da antiga Vila de Nossa Senhora de Conceição, antes mesmo da fundação da cidade a cadeia já existia. Em 1829 o prédio foi reformado para abrigar a Casa de Câmara, sendo que no andar térreo funcionava a Cadeia e no piso superior a Câmara Municipal. Hoje a Casa de Câmara e Cadeia é um museu que conta parte da história da cidade e merece toda atenção. Considero um local obrigatório a ser visitado com tempo necessário para ler as cartas de Benedito Calixto entre outros documentos de personalidades que compõem a história da cidade e do Brasil.

Retornamos a orla da praia e caminhamos rumo à divisa de Itanhaém com Mongaguá4.


Esse trecho foi uma caminhada dura de aproximadamente 10 km debaixo do sol forte, mas por fim, ultrapassamos a divisa e chegamos ao nosso terceiro pórtico da rota e ponto final da nossa caminhada deste dia em frente ao Píer de Mongaguá onde registramos nossa passagem.

Com certeza foi mais um dia memorável. Todo esforço foi recompensado pelos atrativos que se apresentaram ao longo do percurso, alguns inéditos até para quem já fez essa rota anteriormente, como: a trilha do Sapucaitava, a volta completa pela Ilha das Cabras e banho de rio na Boca da Barra do Rio Itanhaém, por exemplo.


Não tenho dúvidas que a próxima etapa também estará cheia de boas surpresas, então bora lá descobrir o que virá?

Espero que todos tenham aproveitado o mesmo que eu.

Até a próxima!

¹Paranambuco vem do Tupi-Guarani, junção de para’nã (rio caudaloso) e pu’ka (rebentar, furar) o seu significado é de “buraco no mar”, um termo que os índios usavam em relação aos navios que furavam a barreira de recifes. – Paranambuco também da origem ao nome do Estado de Pernambuco.
²Pedra que Espia – Nome dado ao local pelo Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo relatos 120 homens foram enviados ao Sapucaitava onde passaram um ano e quatro meses patrulhando a área e pesquisando um possível posto alemão instalado na costa do litoral paulista. Os soldados passavam o dia e a noite espiando o mar com binóculos do alto da pedra e por isso recebeu o nome “Pedra que Espia”. O mais curioso é que mesmo não tendo sido confirmada a passagem do submarino por Itanhaém, em 1943 a embarcação U-513 torpedeou em Iguape, o navio Tutóia que transportava café de Paranaguá a Santos com 37 tripulantes. (fonte http://www2.itanhaem.sp.gov.br/turismo/morro-sapucaitava/).
³Conceição de Itanhaém – povoado que deu origem a cidade de Itanhaém de 1532.
4Mongaguá – em Tupi significa “Águas Pegajosa”, mas outros nomes também podem ser atribuídos: “Terra dos Santos dos Milagres”, “Terra dos Padres” e “Rio Fantasma”.