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24 setembro 2016

9ª Etapa Caminho da Fé – Luminosa à Campista

Dia 24, juntamos a turma novamente e seguimos para Luminosa, último trecho da caminhada em territórios mineiros.

Paramos na Igreja de Nossa Senhora das Candeias onde prontamente um dos zeladores a abriu para nos apresentar suas dependências internas e contar um pouco da sua formação. Segundo ele, o terreno foi cedido por um fazendeiro e toda a comunidade ajudou na construção do templo. Blocos enormes de pedra foram trazidos de fora em carros de boi para fazer o alicerce e toda estrutura e amarração da igreja foram feitas com bambus cortados milimetricamente e revestidos com argamassa. Nela não existem colunas de sustentação e de tempos em tempos são necessários alguns reparos para mantê-la em pé. No interior da igreja percebe-se uma acústica bem diferenciada das demais igrejas que já entramos, até uma simples conversa em seu interior dá a impressão que toma forma de sons musicais criando um ambiente acústico surpreendente e às vezes até incômodo para quem não está acostumado.


Saímos da igreja e seguimos as setas amarelas para enfim chegarmos às famosas subidas que tanto foram faladas por caminhantes e moradores nas etapas anteriores. Posso dizer que não foram exagerados. Bota subida nisso!

Luminosa está a mais ou menos 800 m de altitude e no ponto mais alto desse trecho atingimos 1813 m de altitude. Sem dúvidas é uma elevação bem considerável e exigiu um esforço inigualável para transpor essa singela subidinha. Durante a subida paramos na Pousada da Dona Inez no meio da serra para carimbar nosso passaporte e tomar um cafezinho enquanto descansávamos um pouco. A vista em frente à pousada era de tirar o fôlego de qualquer um. Lá do alto dava para ver como Luminosa ficou pequena e quase coberta pelas montanhas que a cercam, mais alguns metros e ela sumiria totalmente da nossa vista.


Depois dessa breve parada, andamos mais alguns metros e para nossa surpresa encontramos uma pequena cachoeira e a chamamos de “Cachoeira da Pousada Dona Inez”. Voltamos para a caminhada e aí a coisa começou a ficar séria para os carros de apoio. Em uma curva acentuada e íngreme um dos carros teve muita dificuldade para transpor o pequeno trecho. Subimos mais algumas ladeiras intermináveis e novamente outro trecho complicado para o carro de apoio, resultando na troca da logística adotada. O carro retornou e seguiu direto para Campista por outro caminho bem mais tranquilo, enquanto seguíamos em frente firmes e confiantes, bem devagar, passo a passo por aquelas terras altas da Serra da Mantiqueira. Apesar do desgaste, fomos agraciados por belas paisagens e vales encantadores, pelo menos isso compensava todo esforço durante a caminhada.


A cada trecho superado o visual era incrivelmente belo. Depois de chegarmos ao ponto mais alto da caminhada voltamos a ter contato com estradas asfaltadas deixando temporariamente para trás as estradas empoeiradas da Serra.

O caminho parecia ser mais fácil no asfalto, mas o sol batendo forte na cuca e o mormaço quente subindo do asfalto judiaram bastante. Então, tudo aquilo que subimos pelas estradas de terra tivemos que descer pelo asfalto até chegarmos a Campista, divisa com Campos do Jordão.



Campista é um Distrito de Campos do Jordão, mas parte de suas terras também está ligada ao município mineiro de Brazópolis. Esse distrito se parece com uma vilazinha do interior com poucas casas e um comércio simples e localizado. Acredito que o forte dessa região seja a extração de madeira pelo tamanho da madeireira que passamos logo na entrada do distrito.

Paramos no único bar aberto no caminho para reabastecer nossas forças em homenagem ao nosso dia mais penoso com tantas subidas e descidas.

Agora restam menos de 90 km para chegarmos ao nosso destino final.

Depois de alguns perrengues e de testarmos nossos limites e vencê-los com louvor encerramos mais uma etapa da caminhada.


Até a próxima pessoal!

Caminhantes: Argeu Alamino, Cláudio Siqueira, Cris Senkiw, Gilson, Noemi e GIovana Lopes, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda e Seu Carlos.

04 setembro 2016

Pedra da Quatinga


Sábado, juntamos o pessoal para mais uma trilha. Alguns até já a chamaram de mini travessia pelo fato dela ser longa (22 km) e de passar por dois distritos, o de Paranapiacaba e o da Quatinga que pertencem respectivamente aos municípios de Santo André e Mogi das Cruzes.


Partimos do estacionamento de Paranapiacaba passando por suas ruas até chegarmos à estrada de terra do outro lado da vila. Essa estrada é muito conhecida por fazer parte do Caminho do Sal que vem de São Bernardo Campo e segue até Mogi das Cruzes.


Durante o percurso passamos pela Vila Taquarussu pertencente ao Distrito de Quatinga. Ela é uma vila charmosa e tão histórica quanto à vizinha Paranapiacaba, mas infelizmente seus portões agora estão fechados impedindo a passagem de todos por consequência de atos de alguns irresponsáveis que desrespeitam a propriedade alheia deixando marcas de sujeita e depredação por onde passam. Uma verdadeira pena para quem curte um pouco de história. Ver aquele local fechado por esses motivos é sem dúvida revoltante. Ai eu pergunto: será que algum dia existirá consciência nessa juventude mimada cheia de mimimi?



Seguindo em frente passamos por um pequeno rio (ideal para um banho em dias quentes) e continuamos nosso trajeto rumo ao nosso destino.

A cada quilômetro percorrido a pedra aumentava anunciando que seria um pequeno desafio subir a trilha íngreme do pé da montanha até o cume.

Vale citar que desde o estacionamento fomos adotados por uma cadela guia que nos acompanhou durante todo o caminho até o cume da pedra, trazendo uma alegria a mais para o grupo. Carinhosamente nós a apelidamos de Lady.



Quando chegamos ao início da trilha fizemos uma parada básica para reabastecer um pouco e encarar a subida até o topo.

O começo foi light e tranquilo, mas de repente a trilha faz uma curva de 90° a esquerda e dai para frente à coisa desanda, ou melhor, quase não anda.

Passo a passo, metro a metro fomos subindo aquela inclinação toda acidentada, mas nada conseguia tirar o ânimo do grupo. Ralamos, mas vencemos a subida.

Do alto da pedra podemos ver que todo o esforço foi devidamente recompensado. Avistamos a represa de Mogi, parte do cinturão verde da região, sem falar da leveza do ar puro lá do alto.


Em nossos momentos de contemplação pudemos ver a névoa, característica da região, subindo a serra e encobrindo tudo aos poucos.

Depois do descanso merecido fizemos o caminho inverso até o ponto inicial da caminhada.

Não fugindo a regra de sempre, rimos muito e fizemos novos amigos na trilha.

Ah! No final do dia tivemos que nos despedir da Lady, porque ela tem outros grupos para guiar por aquelas bandas, né!

Valeu galera até a próxima!