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28 novembro 2015

1ª Etapa – Caminhos da Fé – Águas da Prata – SP a Andradas – MG

Após terminarmos a Rota Franciscana, nosso grupo ficou alguns meses parado sem nenhuma caminhada programada à espera do lançamento da Rota dos Bandeirantes prometida pela Secretaria de Turismo de São Paulo, mas infelizmente, até esse momento isso não aconteceu.

Por sorte ficamos sabendo da Rota Caminho da Fé, inspirada no milenar Caminho de Compostela na Espanha.

Um grupo de amigos de Águas da Prata, interior de São Paulo que percorreu o Caminho de Compostela teve a ideia de projetar algo semelhante aqui no Brasil com destino ao Santuário Nacional de Aparecida. Usaram um simples mapa para traçar um caminho que ligasse Águas da Prata até a cidade de Aparecida.

Em 2003 foi fundada a Associação dos Amigos do Caminho da Fé com sede em Águas da Prata com a finalidade de auxiliar o caminhante peregrino ao longo da rota. Hoje são 497 km envolvendo várias cidades do interior paulista e mineiro dos quais aproximadamente 300 km são percorridos pela Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e trechos asfaltados. O trajeto foi planejado para que os caminhantes ou peregrinos tivessem momentos de reflexão e fé e desenvolvessem resistência física e mental aproveitando o contato com a natureza. O caminho todo é sinalizado com setas amarelas pintadas em postes, porteiras, cercas e placas.


Com essas informações em mãos, reunimos nosso grupo novamente e seguimos para Águas da Prata para fazer nossas credenciais e darmos início a mais uma aventura de longas caminhadas. Apesar de ser uma rota típica de peregrinação religiosa, nosso grupo percorrerá o caminho com a intenção de conhecer um pouco da cultura, história e pontos turísticos de cada cidade envolvida no programa aproveitando ao máximo o que cada uma tem de melhor para o turista, peregrino e caminhante. Mas, com certeza será feita com muita reflexão e bons momentos para autoconhecimento.

O Sol não tinha mostrado sua cara ainda e já estávamos reunidos no “SPA da Val” às 5:00 da manhã para um delicioso café da manhã preparado por ela com muito carinho. Valeu Val! Não temos palavras para agradecer sua bondade e dedicação com os amigos.

Após nosso café encaramos aproximadamente três horas de estrada até a sede da Associação do Caminho da Fé.


“Águas da Prata é um dos 11 municípios paulistas considerados estância hidromineral. O município deve sua existência à grande quantidade de sais minerais encontrada em suas águas sendo que a origem no nome vem do tupi-guarani: Pay tâ, que significa “água dependurada”, em virtude da alta concentração de minérios que ao escorrer formam estalactites. Pay Tâ ao ser pronunciado pelos portugueses tornou-se Prata. A região ganhou mais destaque por causa da pesquisa do dentista explorador Dr. Rufino Gavião que constatou através de análises as múltiplas propriedades medicinais naquelas águas. A divulgação da sua pesquisa se propagou dando início a construção de algumas casas às margens da ferrovia e também de um hotel e algumas pensões. Em 1876 foi instalada a primeira engarrafadora de água no bairro de São João da Boa Vista. Passou a Distrito em 1926 com denominação de estância hidromineral e foi emancipada em 1935”.

Fizemos nosso cadastro, pegamos nossas credencias e partimos para conhecer um pouco da cidade antes de seguirmos o caminho.

Passamos em frente à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, em seguida na Igreja Matriz com o mesmo nome. Depois da igreja, atravessamos a linha férrea e entramos na Estação Ferroviária de Águas da Prata, por sinal muito bem conservada, diferente de algumas estações completamente abandonadas que encontramos ao longo da Rota Franciscana.


Essa caminhada não poderia começar diferente das outras, com subida é claro. O caminho já começa subindo por uma estrada bem inclinada deixando claro que não seria nada fácil encarar aquele trajeto.

Poucos quilômetros de caminhada e paramos no Armazém São Miguel. Um lugar charmoso e bem agradável. O armazém só vende produtos orgânicos produzidos por eles. Dentro da propriedade há um bosque bem cuidado e uma cachoeira no quintal conhecida como Cachoeira do Gavião Vermelho onde o turista pode passar algumas horas se deliciando nas águas geladas, mas para isso tem que pagar uma taxa de conservação aos proprietários. Pena que era só o início da nossa caminhada, caso contrário não perderíamos a oportunidade de tomar um bom banho nas famosas águas medicinais.

Seguindo as setas amarelas no caminho passamos por uma igrejinha no meio do nada que apesar de parecer abandonada tinha todos os vidros intactos. Um pouco mais à frente chegamos à Cachoeira da Ponte de Pedra. Parada obrigatória.

Essa cachoeira é bem interessante, aparentemente é uma simples pedra caída sobre o rio que faz a ligação de um lado ao outro criando uma ponte natural, mas com uma olhada mais atenta dá para ver uma pequena obra de contenção na lateral impedindo que a mesma role caso a correnteza do rio aumente muito. Posso dizer que isso não tira em nada a beleza do lugar que ainda tem seu encanto aumentado com os voos rasantes de inúmeras borboletas por toda parte.


Depois de uma pequena pausa para o descanso merecido, seguimos em frente até a entrada da estrada que leva ao Pico do Gavião.

Nesse ponto decidimos dar uma escapada da rota para conhecer um dos picos mais altos da região, então entramos nos carros de apoio e lá fomos nós.

A subida é bem puxada até mesmo para os carros, mas compensou ter saído do caminho. Do alto do Pico do Gavião se vê um belo vale verde de várias tonalidades cheio de montanhas menores e as cidades de São João da Boa Vista, Águas da Prata, Poços de Caldas e Andradas quase sumindo no horizonte. O Pico é um marco natural de divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais. A visão lá do alto é simplesmente magnífica para dizer o mínimo. O lugar é bem cuidado e arrumado. Recomendo para quem estiver passando por lá que se dê o direito de uma escapadinha. Você não vai se arrepender!

Voltamos à rota original e alguns quilômetros à frente paramos no segundo ponto para carimbar a credencial na Pousada Pico do Gavião. Fomos bem recebidos pelos proprietários. O lugar é bem cuidado e planejado, tem uma piscina bem convidativa para o final de um dia inteiro de caminhada ou simplesmente para passar algumas horas descansando contemplando a paisagem montanhosa ao redor.


Desse ponto até o centro de Andradas foi só descida. Depois de subir tanto o caminho todo, encarar aquela estrada descendo foi doloroso para as juntas e pernas cansadas.

Por fim chegamos a Andradas, a primeira cidade mineira do caminho.

Paramos na Praça da Igreja Matriz de São Sebastião, carimbamos a credencial no Palace Hotel perto dali e encerramos a caminhada em uma hamburgueria comendo os tradicionais lanches gigantes do interior.

Caminhantes: Adriana e Argeu Alamino, Cláudia Melo, Cris Senkiw, Jane Ribeiro, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice R. Carral, Wilma Custódio e Seu Carlos Tsuda.

Até a próxima etapa!