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30 janeiro 2016

3ª Etapa – Caminhos da Fé – Bairro Taguá a Inconfidentes

Dia 30, partimos para as bandas de Minas Gerais e para mais uma etapa do caminho da Fé.

Retornamos ao Bairro Taguá e seguimos em direção à Crisólia - Distrito de Ouro Fino.

Crisólia é muito parecida com uma vilazinha do interior. Tem uma praça com uma Igreja Matriz e algumas ruas em torno dela. O povo local é bem simpático e receptivo com os caminhantes.

Paramos no Bar da Zeti para carimbar nossos passaportes e tomar algo gelado para refrescar a garganta e garantir alguma energia para o corpo, já que o dia estava muito quente e o sol estava judiando da gente.


Depois dessa pequena pausa seguimos rumo a Ouro Fino.

“Ouro fino – A Terra do Menino da Porteira - Teve sua origem em 1746 com a chegada dos Bandeirantes à região do Vale do Sapucaí em busca de ouro. O Guarda-Mor Francisco Martins Lustosa fundou o arraial de Ouro Fino e construiu a Capela de São Francisco de Paula em 1749. Até 1799 Ouro Fino foi jurisdição da Vila de São João Del Rey e depois passou a ser da Vila de Campanha. Em 1831 Ouro Fino se tornou Distrito do município de Pouso Alegre. Em 1868 foi elevado à condição de Vila e só em 1880 foi elevada à categoria de cidade. Apesar de sua origem girar em torno da busca pelo ouro em meados do século XVIII, o grande salto econômico foi no século XX com a cafeicultura. Hoje a cidade explora o setor turístico histórico, cultural e rural. Ouro fino também faz parte do grupo de cidades que integram o circuito das malhas.”

Saindo de Crisólia pela estrada de terra passamos por algumas fazendas cercadas de montanhas por todos os lados. Chegando ao final da estrada o caminhante é recebido pelo gigantesco Monumento do Menino da Porteira. É quase impossível não cantar a famosa música interpretada por Sérgio Reis: “Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino...”.


Paramos para registrar nossa passagem com algumas fotos e tomar um caldo de cana bem gelado preparado na hora com direito ao “chorinho” que era quase outro copo de meio litro cheio.

Ao lado do Monumento está a Secretaria de Turismo da cidade, mas para variar estava fechada.

Seguimos em frente rumo à Igreja Matriz, mas um pouco antes dela paramos para carimbar nossos passaportes mais uma vez. No caminho ainda passamos por alguns prédios históricos como o Pavilhão do Circuito das Malhas, a Casa Café com Leite onde se deu o “Acordo do Café com Leite” ou “Pacto de Ouro Fino” em 1913, quando o Presidente de Minas Gerais, Sr. Júlio Bueno Brandão, e o representante de São Paulo, Sr. Cincinato Braga, decidiram a política do revezamento na Presidência da República do Brasil entre candidatos dos dois Estados. Passamos ainda pela casa onde morou o ex-presidente de Minas e Senador Júlio Bueno Brandão construída em 1917, pela Escola Estadual Coronel Paiva construída em 1907, pela praça com a centenária Magnólia e também pela Escola Estadual Bueno Brandão construída em 1912 que continua em pleno funcionamento desde a sua inauguração, ambas tombadas pelo patrimônio histórico da cidade. Enfim, chegamos à Praça da Igreja Matriz.


A Igreja de São Francisco de Paula é uma das mais antigas de Minas Gerais. Sua construção teve início em 1927 substituindo a rústica capela erguida em homenagem a São Francisco de Paula por volta de 1749. A Igreja atual apresenta uma mescla de estilos de arquitetura religiosa com predominância do estilo românico e alguns elementos do gótico francês. A igreja ainda abriga em seu interior o único Museu Sacro do Sul de Minas com mais de 100 peças (imagens, paramentos, mobiliários, documentos, quartos e fotos), mas infelizmente estava fechado. Vale dizer que essa igreja é linda e imponente. Ela é toda decorada com lindos vitrais e pinturas sacras nas paredes laterais e no teto.

Depois de uma pequena pausa para o descanso merecido no silêncio gostoso da igreja, seguimos o caminho em direção à cidade de Inconfidentes.

De Ouro Fino até Inconfidentes são aproximadamente nove quilômetros de caminhada por uma estradinha tranquila de terra batida que liga os dois municípios, mas sem muitas sombras no caminho aumentando um pouco a dificuldade para o caminhante, já que o sol não dava trégua em nenhum momento.

Subimos e descemos algumas vezes passando por mais algumas entradas de fazendas e sítios sempre acompanhados pelo mesmo visual recheado de tons verde criando uma ilusão de movimento com tantas ondulações e contornos montanhosos (ou já era o sol fazendo efeito?).

Por fim chegamos a Inconfidentes, registramos nossa passagem carimbando mais uma vez os passaportes e paramos na Igreja São Geraldo Majela.

A igreja é muito bonita e simples ao mesmo tempo. Ela tem poucas pinturas e imagens, mas é muito bem preservada e aconchegante.


Andamos pela avenida central da cidade, mas tudo estava fechado. Até o Bar do Maurão onde se carimba o passaporte estava fechado. Vale dizer que essa avenida tem um charmoso canteiro central com várias árvores enfeitadas com bordados envolvendo seus troncos como se fossem mantas coloridas trazendo um toque especial aos olhos dos visitantes.

“Inconfidentes é uma pequena cidade com aproximadamente sete mil habitantes. Fundada por Bandeirantes às margens do Rio Mogi Guaçú com o nome original de Mogi Acima (toda essa área pertencia ao município de Ouro Fino). Entre 1908 e 1909 o presidente de Minas Gerais Júlio Bueno Brandão criou na região a Colônia Agrícola de Estrangeiros. Através do Serviço do Povoamento as terras foram distribuídas aos colonos que eram em sua maioria italianos, espanhóis, portugueses, russos, estonianos, franceses, entre outros. A Colônia Agrícola tomou o nome de Núcleo Colonial Inconfidentes numa homenagem a Minas Gerais em alusão aos heróis da Inconfidência Mineira, como Tiradentes e Alvarenga Peixoto (este último foi proprietário de uma fazenda no Município de Ouro Fino). Em 1953 o Núcleo Colonial foi elevado a Distrito de Paz. Em 1962 tornou-se município desmembrando-se de Ouro Fino.”

Encerramos nossa caminhada sentados debaixo de uma das árvores com os troncos bordados depois de 26 quilômetros percorridos. Bem próximo dali, achamos uma lanchonete ainda aberta para nossa tradicional despedida refrescando a garganta.

Até a próxima etapa!

Caminhantes: Adriana e Argeu Alamino, Cláudia Melo, Cris Senkiw, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice R. Carral, Wilma Custódio e Seu Carlos Tsuda.

09 janeiro 2016

2ª Etapa - Caminho da Fé - De Andradas a Taguá

Dia 9, voltamos a Andradas - MG para mais um trecho do Caminho da Fé.

“A origem de Andradas, segundo registros históricos, foi 1792 quando dois fazendeiros se estabeleceram na região depois de atravessarem o Rio das Antas e construírem suas moradias às margens do córrego do Cipó. O primeiro povoado foi chamado de Samambaia. Em 1848 os moradores decidiram erguer uma capela dedicada a São Sebastião. Em 1860, Samambaia foi elevada à categoria de Distrito de Paz e passou a se chamar São Sebastião de Jaguary. Em 1866 transformou-se em Freguesia. Em 1888 foi elevada à Vila do Caracol. Em 1892 foi inaugurada a primeira Câmara Municipal e em 1925 a Vila Caracol foi elevada à categoria de cidade, adotando o nome de Andradas em homenagem ao então governador de Minas Gerais Sr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.”


Depois de encarar algumas horinhas de estrada, paramos na Praça Dr. Alcides Mosconi (a principal da cidade), muito bem estruturada e bem arborizada, com uma fonte luminosa, coreto, banheiros públicos limpos, estacionamento e um bom comércio ao redor dela. Do lado de cima da Praça está a Igreja Matriz de São Sebastião idealizada pelo Padre Aristoteles A. Benati. O início da sua construção foi em 1914 e a conclusão apenas em 1941. Ela está bem conservada e com lindas pinturas no teto e nas paredes relatando passagens bíblicas, ajudando o fiel a encontrar um pouco de paz longe do corre-corre diário. Assim que entramos na igreja, fomos recepcionados pelo simpático Cônego Simão Cirineo que prontamente nos deu uma benção especial para a caminhada e recebemos o primeiro carimbo do dia em nossos passaportes.


Logo que saímos da igreja, seguimos as tradicionais setas amarelas e em pouco tempo deixamos o centro de Andradas para trás. A poucos quilômetros da cidade paramos na Vinícola Casa Geraldo, uma das fazendas tradicionais de Andradas na produção de vinhos e cachaça.

A Casa Geraldo é a pioneira na produção de uvas da espécie Vitis vinifera, sendo a maior produtora de uvas da região e uma das maiores do estado de Minas. Tornou-se referência na região no âmbito turístico realizando visitas guiadas aos parreirais e nas instalações da vinícola. A Casa dispõe de um auditório onde o visitante pode conhecer um pouco da sua história, um pequeno bar, um restaurante preparado para realização de festas e onde em algumas ocasiões especiais são realizadas noites temáticas com muita comida e músicas típicas, como: a Festa do Espumante, Noite Italiana, Hola Espanha, entre outras. O local ainda oferece uma sala de degustação onde são ministrados cursos e uma adega sensacional.


Durante a nossa visita à fazenda, percorremos a linha de produção e engarrafamento dos vinhos espumantes e passamos por um túnel que parecia uma entrada medieval onde são estocados os melhores e premiados vinhos da vinícola. Claro que durante todo o trajeto estava liberada a degustação.

Depois desse momento de aprendizado, voltamos à rota original. Ainda bem que ninguém saiu trançando as pernas pelo caminho. Né pessoal?


Esse trecho da rota é considerado difícil por passar pela Serra dos Lima e por Barra, já na divisa com a cidade de Ouro Fino.

Foi uma caminhada forte com subidas e descidas quase intermináveis para depois ter mais subida de novo. O esforço exigido para vencer as ladeiras era recompensado pelas paisagens que nos cercavam. Altas montanhas rochosas, picos altos cercados de muito verde, um rio aqui outro ali cortando os vales e fazendas.

Nossa segunda parada foi na pousada da Dona Natalina para mais uma carimbada no passaporte. A Dona Natalina é uma senhora simpática que nos atendeu com a alegria característica que só o povo mineiro tem.


Depois de mais um carimbo, seguimos em frente subindo a estrada em direção ao próximo ponto de registro.

Vale lembrar que o tempo estava fechado anunciando que cairia uma chuva daquelas a qualquer momento e se isso acontecesse nossos carros de apoio poderiam ficar presos no meio do nada, sem muita expectativa de resgate, então sem perder muito tempo, aceleramos nosso passo até chegar à Pousada Bar do João para carimbar nosso passaporte pela terceira e última vez no dia, mas não foi o ponto final da caminhada.

Conversando com os moradores locais descobrimos que aquele trecho foi alagado pelas fortes chuvas que caíram na semana anterior a nossa passagem e que os carros de apoio não teriam condições de subir a estrada da serra que dividia o vale. Por sugestão deles nossos carros deram a volta na serra para aguardar os caminhantes do outro lado já no bairro de Taguá, mas para os caminhantes restava encarar a subida da tal estradinha. Eita subida danada de puxada! Quando se pensava que tinha acabado, ela fazia uma curva e subia mais ainda.


Durante a subida fomos confirmando que as informações dos moradores não eram exageradas. Tinha muito barro, pedras soltas, buracos de erosão e até alguns galhos caídos. Perto do final da serra encontramos uma pequena e bem vinda cachoeira, mas resolvemos não entrar, pois a água estava barrenta e ainda tinha muito chão pela frente.

Após a cachoeira subimos mais um trecho de serra até atingir o ponto mais alto desse percurso. Para nossa sorte havia uma lanchonete aberta lá no alto. Paramos por uns minutos para recuperar o ar e as forças nas pernas e começamos a descida para o bairro de Taguá.

Aquela descida parecia não ter fim. Do alto da serra dava para ver ao fundo uma vila que provavelmente é o Distrito de Crisólia, mas só vamos confirmar na próxima etapa.


De Andradas até o bairro de Taguá foram 31 quilômetros percorridos.

Como sempre, rimos muito (acho que dessa vez um pouco mais por causa do vinho lá do começo).

Agora é só aguardar pelas histórias da próxima etapa.

Caminhantes: Adriana e Argeu Alamino, Cris Senkiw, Jane Ribeiro, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice R. Carral, Val Martini, Wilma Custódio e Seu Carlos Tsuda.