Dia 11, voltamos à Redenção da
Serra para continuarmos a Rota Sabedoria.
Desta vez, entramos pela parte
velha da cidade ao lado da Igreja Matriz. Construída em 1882, hoje é
considerada um monumento histórico de valor arquitetônico e urbanístico de
interesse religioso tombado pelo Governo do Estado de São Paulo através do CONDEPHAAT
desde 1982. A Igreja é o cartão de boas-vindas para todos que chegam à cidade.
Como a maioria das cidades ela foi a referência para o surgimento de Redenção
da Serra. Pena que a igreja estava fechada quando chegamos. Mesmo sabendo que
poderia ser aberta para conhecê-la não quisemos incomodar o caseiro tão cedo.
Pegamos a única rua da vila e
seguimos nossa rota. Era só a primeira subida do dia!
Contornamos a cidade por uma
estrada de terra subindo uma pequena colina. No alto da colina do lado esquerdo
fica a cidade velha com a igreja, o casarão e o cemitério, parecendo mesmo uma
pequena vila antiga. Em frente, fica a represa que virou pasto e passagem de
carros e por fim mais à frente à direita fica a cidade nova no alto da serra.
Seguindo a rota passamos por
várias entradas de chácaras, sítios e fazendas com muitos animais pastando onde
deveria ser a represa de Redenção da Serra. Vimos muitos pesqueiros desativados
e abrigos para pescadores completamente abandonados por causa da estiagem.
Continuamos andando pela estrada que
liga Redenção a Paraibuna. A paisagem não cansa os olhos. Muito verde, pássaros
e animais de todos os tamanhos pastando de olho no movimento próximo a eles. Se
a represa estivesse cheia seria mais um espetáculo a parte e enriqueceria nosso
álbum com belas fotos.
Saímos um pouco da rota para
conhecer o Alambique no sítio São José que produz a cachaça de forma artesanal.
Foi uma parada obrigatória, claro!
Felizmente esse trecho da rota
ainda está bem sinalizado com placas. Alguns moradores da região pararam para
conversar com a gente e nos parabenizaram por estarmos fazendo a rota, e mais
uma vez constatamos a mesma história de outros trechos, até então nenhum dos
moradores locais tinha visto alguém fazer estas rotas.
Infelizmente parece que o
Programa Caminha São Paulo está completamente abandonado. Tentamos por diversas
vezes contato com a Secretaria de Turismo de São Paulo para saber mais sobre a
volta do site e confirmar as informações, mas ninguém responde. É de causar
revolta tanto descaso. Foi muito dinheiro investido sem nenhuma manutenção
adequada. Falta muito interesse político para o desenvolvimento cultural e
turístico aqui no Estado de São Paulo. Uma verdadeira pena ver um programa tão
interessante para o turismo em geral ser tão mal tratado e sem coordenação
adequada.
Por outro lado, ainda podemos
comemorar algumas iniciativas em prol da cultura e da história como é o caso da
Fazenda Valsugana.
Localizada na Estrada do Itapeva
km 11,5 (trecho da rota), a fazenda está aberta desde 2009 para visitação. O
turista que busca uma experiência rural regada à história cafeeira da região só
tem a ganhar visitando o lugar. Fomos recebidos por Fabiano Margaritelli
proprietário da fazenda que abriu as portas e nos convidou para tomar o café lá
produzido. Ele nos apresentou as dependências da Casa Grande, o Museu
particular, o Terreiro de Secagem de Grãos e a Casa dos Colonos. Tivemos uma
aula de como viviam os Barões do Café, e claro, degustamos o saboroso café da
fazenda. Foi sem dúvida nosso ponto alto do dia.
Os cafés produzidos na fazenda
são: o Grão Mestre e Morro Alto. Em 2014 o Café Grão Mestre foi premiado como o
Melhor Café Premium e o Morro Alto recebeu o prêmio de Melhor Café Especial nos
últimos três anos. Sem contar ainda que a fazenda produz mel, cachaça, queijos,
licores e doces. Agende uma visita e conheça um pouco da cultura cafeeira com
quem entende do assunto. Você não vai se arrepender.
Informações e-mail: fazendavalsugana@yahoo.com.br e
no Facebook: https://www.facebook.com/fazenda.valsugana?ref=ts&fref=ts
Voltamos para a estrada e alguns
quilômetros à frente chegamos à Vila Itapeva. Nesse trecho fomos enganados por
uma única placa da rota fora do percurso. Logo após a vila, tem uma rua de
terra à direita e a estrada asfaltada à frente, por ambas se chega a Paraibuna.
A tal placa está a 10 m à frente da rua à direita indicando seguir em frente
pela estrada asfaltada, depois de subirmos por aproximadamente 700 m, e foi uma
subida bem íngreme, percebemos que estávamos fora da rota indicada no GPS,
então voltamos até a vila novamente para entrar na rua à direita e continuar
nossa rota até Paraibuna. Mais uma vez quem colocou as placas não seguiu as
coordenadas criadas para os caminhantes.
A tarde já estava terminando
quando passamos por mais uma ponte onde certamente deveria ter água represada
embaixo, mas a seca revelou a ruína de uma ponte antiga que certamente estava
coberta pela água.
Por fim, a luz do sol foi brilhar
em outras terras e a noite nos fez companhia por mais uma hora de caminhada até
chegarmos à Rodovia dos Tamoios, bem próxima ao nosso destino final.
Demos o dia por encerrado para
não corrermos o risco de caminhar pelo acostamento na Rodovia durante a noite.
Por razões que fogem ao nosso
controle, infelizmente o Alexandre, o Argeu e a Cris não puderam estar com a
gente nesse trecho percorrido. Que fique registrado: vocês fizeram muita falta!
E foi isso!
Até a próxima etapa!
Caminhantes: Jane, Marco
Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda e Wilma.
Motorista de apoio: Sr. Carlos
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