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10 abril 2016

Trilhas e Camping em Eldorado - SP

Depois de negociar uma programação diferenciada para o grupo com o nosso amigo e Monitor Ambiental Jorlei, seguimos para Eldorado, interior de São Paulo, em busca de mais uma aventura.

Dessa vez optamos em passar o fim de semana em um camping da região para facilitar o acesso às trilhas.  

Programamos duas trilhas: no sábado a do Complexo Cavuvu e a da Luz, e no domingo a Trilha do Rolado com cavernas preservadas e rústicas, bem diferente da Caverna do Diabo toda preparada e estruturada para o turismo de contemplação.

Nossa aventura começou cedo. De São Paulo a Eldorado são aproximadamente 300 quilômetros pela Rodovia Régis Bittencourt, conhecida como a Rodovia da Morte. Para nossa felicidade a viagem correu tranquilamente até o início da serra do cafezal onde fomos obrigados a percorrer o trecho bem devagar por causa do excesso de caminhões seguindo para o sul do Brasil. Só nesse trecho levamos mais de uma hora para percorrer apenas 15 quilômetros de serra.

Por fim, chegamos ao camping quase as duas da manhã para montar as barracas e preparar tudo para trilha dali a poucas horas.


As seis já estávamos em pé andando de um lado para outro esperando pelo café da manhã. Aproveitamos para ver o nascer de um novo dia. Aos poucos a luz do sol foi iluminando e tomando conta das margens do rio atrás do nosso camping criando a primeira de muitas belas imagens que teríamos no decorrer do dia.

Após o café seguimos ao encontro do guia para iniciar a aventura.

Infelizmente o Jorlei teve um contratempo e não pôde nos acompanhar nas trilhas, mas não nos deixou sozinhos. Ele convocou o seu irmão que carinhosamente apelidamos de JJ (Jorlei Júnior) e o Monitor Ambiental Carlinhos. Como esses complexos não são muito explorados e raramente visitados, nossos novos guias tiveram uma pequena dificuldade para achar o caminho para o inicio das trilhas. O único que conhece bem aquelas bandas é o Jorlei. Por isso, cada vez que o Monitor Carlinhos entrava em uma estrada errada era uma aventura à parte. Entramos em alguns sítios, passamos por pontes que não tinham nada a ver com o nosso caminho original, mas tiramos de letra e rimos muito. Posso dizer que todos do grupo se divertiram com as caretas que o Carlinhos fazia quando percebia que estava no caminho errado. Não é atoa, aquelas estradas são muito parecidas, com rios e nascentes por todos os lados. Com certeza isso colaborou para a confusão, o que é bem compreensível em se tratando de trilhas novas.

Enfim, chegamos ao primeiro complexo de cachoeiras, o Cavuvu. Pegamos a trilha margeando o rio e logo que começamos a natureza se fez ser vista. Bem acomodada embaixo de uma pedra quase dentro da água uma cobra jararaca descansava ou aguardava a passagem do seu café da manhã. Como não somos parte dele, resolvemos não incomoda-la, passamos com todo o cuidado ao lado dela. Deixamos a "amiga" em paz e seguimos nosso caminho.


Passamos por pequenas quedas d’água até chegar a uma cachoeira bem maior com aproximadamente 40 m de altura e uma ducha gelada e muito refrescante. A diversão estava garantida, uhuh!

Após tomar uma ducha deliciosa subimos a encosta beirando a cachoeira tomando toda precaução necessária para evitar uma queda. Vencida a encosta chegamos à outra cachoeira com a mesma proporção de tamanho e tão linda quanto a anterior.

Descemos e reagrupamos a turma para seguir ao outro complexo de cachoeiras.

A trilha do Complexo da Luz é um pouco mais longa que a do Cavuvu e tem várias quedas de 3 a 6 metros de altura com pequenas piscinas naturais bem apropriadas e convidativas para banhos deliciosos, mas nosso objetivo era chegar à cachoeira com mais de 70 m de altura no final dessa trilha. Essa trilha é bem mais acidentada que a anterior, mas não impediu nossa chegada ao pé da cachoeira.

Paramos na cachoeira anterior à gigante de 70 m e aguardamos os monitores verificarem o caminho para a subida até a grande queda. Confesso que me faltaram pernas para encarar aquela última subida no paredão ao lado da cachoeira, mas quem subiu relatou a grandiosidade da cachoeira. Segundo a Valéria, ela não deixa nada a desejar se comparada à cachoeira do Meu Deus, também em Eldorado. (Tudo bem, eu vou voltar lá mesmo!).


Depois de tantas cachoeiras e belas paisagens voltamos para o camping após o anoitecer com uma fome de leão. Ainda bem que o jantar já estava preparado!

Após a janta ainda sobrou ânimo para algumas pessoas do grupo acender uma fogueira, assar uns marshmallows e admirar o céu estrelado. Estrelas essas que foram sumindo com a chegada de algumas nuvens anunciando que viria uma chuva daquelas.

A chuva chegou com força no camping, trovões e relâmpagos iluminaram a noite, a ventania foi tão forte que algumas pessoas pensaram que suas barracas seriam arrastadas pelo vento. Uma das consequências da forte chuva foi saber na manhã seguinte que algumas pessoas tiveram o privilégio de ter uma cachoeira particular dentro da própria barraca, mas também teve quem nem se quer viu ou ouviu a chuva no camping.

Logo que amanheceu, juntamos a turma depois do café para uma pequena reunião de orientação sobre a trilha que iríamos fazer.


O Jorlei nos apresentou os Monitores Mauricio e Adilson que nos acompanhariam naquele roteiro. Os dois são monitores experientes e conhecedores da região.

Partimos para o Parque Estadual Caverna do Diabo. Nossa trilha começa dentro do parque subindo a Trilha do Araçá. Logo no começo da trilha o Monitor Mauricio nos contou algumas histórias bem populares na comunidade, uma delas é a do Soldado morto na região após a Guerra do Paraguai. “Dizem que o soldado ainda anda por aquelas bandas.”

Seguindo em frente passamos por mais algumas cobras que estavam caprichosamente tomando o sol da manhã no meio da trilha para aquecer o corpo após a noite fria e chuvosa e também por muitas outras pequenas cachoeiras até a entrada da primeira Caverna do Rolado.

Essas cavernas conforme já citado anteriormente, não possuem nenhuma benfeitoria como escadas, corrimão, luzes artificiais, nada disso. São bem rústicas e preservadas. A movimentação dentro delas requer algumas condições básicas para manter a segurança, como lanternas, capacetes e cordas para passar de um lado para outro, além de um pouco de flexibilidade e equilíbrio para pular de uma pedra a outra e não ter nenhum receio de sujar as roupas sentando no chão molhado e andar com água gelada até a altura dos joelhos.

Passar pelos corredores rústicos e ver formas esculpidas pela ação da natureza ao longo de milhões de anos é sem sombra de dúvidas uma experiência única e encantadora. A cada curva novas figuras se desenhavam nas pedras diante de nossos olhos. Essas cavernas são espetaculares e interessantes ao mesmo tempo. As suas formações fazem a trilha valer cada escorregada e metro andado.


Depois de sairmos da Caverna I, percorremos mais um trecho de trilha até a entrada da Caverna II. A formação geológica é a mesma que a anterior, subimos e descemos por dentro dela. Em alguns momentos ela ficava toda iluminada por causa de algumas claraboias naturais e em outros era um breu total sem qualquer chance de andar ali dentro sem uma lanterna para identificar o caminho a ser percorrido.

Na volta da trilha ouvimos mais alguns causos contatos por Mauricio. Histórias verídicas do lobisomem e da bruxa que viveram na região. Até aprendemos como se faz para identificar uma bruxa usando uma armadilha com pinga de risco.

Descemos a trilha bem acidentada até a entrada do Parque onde iniciamos o caminho.

Nos despedimos dos monitores e seguimos para o camping para preparar nossa tralha e encarar a estrada de volta a São Paulo.


Até aqui tudo transcorreu de forma perfeita e harmoniosa, mas...

Quando chegamos ao camping, fomos informados que um maluco havia entrado lá e roubado duas mochilas. Chamamos a polícia que prontamente chegou ao camping. O maluco era vizinho do camping e quando viu o carro da polícia o cara sumiu no mato. Foi um bafafá daqueles.

Foi só a policia ir embora que o fulano reapareceu. Os dois que tiveram suas mochilas roubadas e mais alguns amigos do camping foram atrás do dito cujo. Conversa vai, conversa vem e o cara negava ter roubado o nosso camping, mas ele não contava com a voz da autoridade de um dos nossos amigos. Ele enquadrou o cara de tal forma que não teve jeito e as mochilas reapareceram milagrosamente.

Fora outras coisas hilárias que aconteceram no desenrolar desse episodio, mas prefiro mantê-las no grupo. Não tem como não lembrar sem rir da gafe da Rosangela e da atitude revoltosa da Sil (coberta de razão, é claro), mas fica no grupo. (estou rindo até ficar velho)

Depois dessa “aventura” paralela ser resolvida, pegamos a estrada de volta para casa, sem incidentes e cheios de histórias para contar.

Jorlei! Obrigado pela organização, agilidade e compromisso com tudo!

Em breve voltaremos a Eldorado para novas aventuras. Essa foi boa demais!

Até a próxima!

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