Dia 7 de maio, retornamos ao
último ponto da caminhada anterior para completar o trecho entre Tocos do Moji
e Estiva.
Após uma longa pausa na
caminhada, percorremos os trechos com mais desníveis do Caminho da Fé. Entre as
cidades citadas e até o final dessa etapa em Consolação, o percurso todo é
marcado por tantas subidas e descidas que dá para perder as contas. Cada
descida era acompanhada de uma subida ainda maior e assim por diante. Segundo
muitos caminhantes, esse trecho é um dos mais difíceis do Caminho devido esta grande quantidade de declives e aclives quase
intermináveis. Porém, até agora é o mais belo trecho de todos. Recheado de muitas
montanhas e vales, com sítios e fazendas repletas de diversos tipos de cultura,
mas em grande parte o cultivo de morangos. Não é por acaso que estas cidades
são conhecidas pela produção nacional desse fruto (ou, pseudofruto).
Tocos do Moji, Estiva e
Consolação são cidades que pertencem ao Circuito Serras Verdes do Sul de Minas.
O nome “Serras Verdes” se justifica pela beleza ímpar dessas montanhas com
clima agradável durante o ano todo, com verões amenos e invernos com
temperaturas negativas sendo comparadas a regiões montanhosas europeias. Para
nossa sorte o dia estava muito agradável e propício para encarar aquela região
montanhosa.
Depois de algumas subidas e
descidas chegamos à Comunidade São Benedito onde paramos por alguns minutos
para tomar água e descansar antes de seguir em frente e subir mais uma grande
ladeira para enfim chegarmos a Estiva.
“Estiva teve a mesma origem que as demais cidades do Sul de Minas.
Muitos Bandeirantes em busca de metais preciosos e índios para mão de obra
necessitavam de novos caminhos para ir à capitania de São Paulo e a única passagem
existente era próxima à foz de um Ribeirão que aos poucos foi habitado. Esse
caminho era muito ruim, toda aquela região era um pântano e gerava grande
prejuízo e atrasos. Em 1720 foi construída uma estiva de madeira roliça de 210
m (local onde hoje se ergue um Obelisco comemorativo da criação do município).
O local ficou conhecido como “Brejo de Estiva” e mais tarde apenas Estiva.
Registros mostram que o primeiro morador fixou residência em 1757. Em 1841
iniciou-se a construção da primeira capela em Estiva. O povoado foi elevado a
Distrito de Paz em 1858 e em 1948 foi emancipado, mas só em 1949 se tornou município”.
Chegamos à Praça da Igreja
Matriz, carimbamos nossos passaportes em uma das pousadas cadastradas. Aproveitamos
a parada para tomar um lanche e recarregar as forças para seguir em frente até
a próxima cidade.
Passamos pelo Obelisco e aos
poucos saímos da área urbana. Depois de cruzarmos a Via Dutra voltamos a
caminhar em estradas rurais seguindo as setas amarelas indicativas do caminho.
Esse trecho era mais plano, mas o
descanso durou pouco. Aquelas estradas foram ficando cada vez mais inclinadas e
novamente estávamos subindo mais montanhas intermináveis. Diga-se de passagem, as
maiores até agora.
A vista foi mudando, em pouco
tempo já não se via mais a cidade, mas sim um grande cinturão verde com
montanhas e vales. Do alto via-se parte de Estiva e Cambuí como pequenas
manchas cinza na imensidão verde da Serra.
Na medida em que nos
aproximávamos de Consolação o dia deu lugar a noite, quando passamos pelo
portal da cidade já estava escuro. Paramos na Praça da Igreja onde carimbamos
nosso passaporte mais uma vez e tomamos um lanche para repor as forças e encarar
a estrada de volta para casa.
Dessa vez o dia rendeu mais que
as últimas duas etapas. Conseguimos realizar um bom trecho da rota totalizando
34 km de caminhada. Caminhada essa bem exaustiva, mas muito proveitosa.
Conhecemos novas pessoas no
caminho e curtimos cada metro percorrido sempre em alto astral e em boa
companhia.
Valeu pessoal, vencemos mais uma
etapa!
Até a próxima!
Caminhantes: Argeu Alamino, Cris Senkiw, Jane Ribeiro, Marco
Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Wilma Custódio e Seu Carlos Tsuda.
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