Dia
03 de junho seguimos para Praia Grande, mas antes de retornarmos ao ponto que
paramos na etapa anterior fomos até a Fortaleza de Itaipu onde fizemos uma
visita monitorada repleta de histórias.
A
Fortaleza de Itaipu está localizada na Praia do Forte ao pé da montanha que
divide as cidades de Praia Grande e São Vicente. Sua construção teve seu início
em 1902 dando origem também a criação da cidade de Praia Grande. No alto da
montanha estão dispostos alguns canhões (hoje desativados) apontados para baía
de São Vicente estrategicamente posicionados para proteger a região caso ocorressem
ataques ou invasões.
Algumas
curiosidades sobre o Forte: documentos e registros de 1959 comprovam que o
Soldado Nascimento – 201 também conhecido como “Pelé” foi incorporado ao
serviço ativo do Exército Brasileiro pelo Forte; relatos sobre um blecaute
provocado por OVNIs no Brasil em 1957 que foi investigado por militares
americanos, acabou sendo abafado e arquivado pelas autoridades na época;
histórias de fantasmas que os residentes juram existir na área do Forte e por
último, não podemos deixar de mencionar a grande importância do Forte na
preservação reserva ecológica em seu entorno, a reserva é uma área de Mata
Atlântica em seu estado original, pode-se dizer que é um caso único dentro do
Estado de São Paulo.
Depois
de horas ouvindo e lendo os relatos, voltamos até a entrada do Forte e seguimos
o roteiro original da rota.
De
volta à Praça da Paz percorremos algumas ruas da cidade até chegarmos a mais um
ponto turístico interessante, porém esquecido e até desprezado por muitos que
passam por ali sem dar nenhuma atenção quando seguem na direção do Portinho, nesse
caso falo sobre a pequena Capela de Nossa Senhora da Guia.
A
Capela foi construída por uma família portuguesa em agradecimento pela
recuperação da filha que se encontrava muito doente. Essa pequena capela foi
inaugurada em 1894, ou seja, antes mesmo da criação do município de Praia
Grande, apesar dela estar na entrada da Área de Lazer Ézio Dall’Aqua (o Portinho),
infelizmente está fechada para visitação, completamente isolada e sem qualquer
tipo de proteção e manutenção.
Seguindo
nosso trajeto chegamos ao Portinho onde registramos nossa passagem no quinto
pórtico da rota. Vale dizer também que o Portinho foi o antigo portal de
entrada da cidade até a construção da Ponte Pênsil.
Nas
dependências do Portinho aproveitamos para fazer uma pequena pausa para o
lanche merecido a beira do canal onde são praticadas algumas atividades
esportivas de pesca e náutica, além de contar com boa infraestrutura para
atender o turista com restaurantes, lanchonetes, píer de pesca, playground,
quiosques, churrasqueiras, aluguel de barcos e equipamentos esportivos, uma
Escola e Museu Ambiental.
De
volta a rota, caminhamos rumo a divisa de Praia Grande com São Vicente, mas nem
chegamos a andar tanto e fizemos uma nova parada para nos deleitarmos com mais uma
aventura dentro da rota. Dessa vez com as trilhas do Parque Estadual
Xixova-Japuí.
Esse
parque foi criado em 1993 atendendo as solicitações das comunidades locais e
dos órgãos públicos dos Munícipios de São Vicente e Praia Grande abrangendo uma
área total de 901 hectares desses municípios e área marinha. O Parque abriga
uma grande biodiversidade de espécies da fauna e flora e uma porção importante
da Mata Atlântica, costões rochosos, praias arenosas, restinga, ecossistema
marinho e atributos históricos e paisagísticos.
É
claro que percorremos as duas trilhas existentes no Parque. A nossa ideia é
aproveitar ao máximo o trajeto e todos lugares possíveis durante a rota. No
Parque fizemos a Trilha do Curtume com seus 1500 m e a Trilha de Itaquitanduva
com 600 m, ambas levam a praias quase desertas que são excelentes para bons
banhos e tirar algumas horinhas de descanso com tranquilidade.
Retornamos
a nossa rota e logo em seguida passamos por mais um ponto turístico importante que
faz parte do trajeto original, a Ponte Pênsil. Essa ponte é considerada o
principal cartão postal de São Vicente, construída em 1914 foi a primeira ponte
do gênero no Brasil, ela ainda mantém em sua estrutura o material original
usado na obra, como os cabos de aço vindos da Alemanha.
Do
outro lado da ponte passamos pela Plataforma de Pesca e Lazer. Percorremos o deck
onde os moradores, pescadores e os turistas podem apreciar a vista da Baía de
São Vicente bem ao lado da Praça da Biquinha e do Marco Padrão.
O
monumento Marco Padrão, foi inaugurado em 1933 em comemoração aos 400 anos da
Fundação de São Vicente oferecido pela colônia portuguesa de Santos e São
Vicente.
Por
fim chegamos à Praça da Biquinha onde está localizado o sexto pórtico da rota.
Vale ressaltar que essa praça é um marco histórico para cidade, nela o Padre
José de Anchieta bebia água e catequizava os índios, outro registro importante
é que desde 1553 a Biquinha de Anchieta, como é conhecida, é uma fonte de água
potável e foi uma das principais fontes que abasteceu a população de São
Vicente durante séculos. Seus azulejos azuis são relíquias históricas
trabalhados a mão.
Como
deu para perceber, esse trajeto foi bem repleto de histórias e cultura, aguçando
cada vez mais a vontade de conhecer mais lugares e desfrutar do que as cidades
tem a oferecer se você estiver disposto a sair do tradicional.
Mas,
infelizmente nosso dia de caminhada chegou ao fim, mas estamos certos que ainda
teremos muitas histórias pela frente.
"Como é bom andar sem
pressa, olhar para as coisas com olhar inocente de uma criança ansiosa para
aprender coisas novas".
Valeu
turma!
Até
a próxima.
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