Continuando a Rota da Esperança,
dessa vez de Lagoinha a Cunha. Esse foi o trecho mais longo do percurso, ao
todo foram 41 km.
Lagoinha está situada entre São
Luiz do Paraitinga e Cunha no Vale do Paraíba. Sua origem não é diferente de
muitas outras cidades. Ela nasceu à margem do caminho dos tropeiros que
transportavam café da região para o Porto de Ubatuba. Na época era comum todo
pouso de tropeiros ficar às margens de rios ou córregos. O nome Lagoinha foi dado
porque nesse trecho o pouso da tropa ficava localizado ao lado de uma pequena
lagoa. Segundo a história, localizava-se sob o atual Mercado Municipal. Sua
fundação está ligada à construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição em
1863. O povoado cresceu e foi elevado à Vila em 1880. Tornou-se município pela
primeira vez em 1900, mas devido à crise econômica e a baixa população voltou à
condição de Distrito em 1934 e somente em 1953 voltou a ser município novamente.
Com o fim do ciclo cafeeiro o município passou a viver da agricultura e
pecuária. Lagoinha ainda preserva várias características do tempo do café, como
alguns casarões, a Festa do Divino Espírito Santo e a cultura caipira.
Logo que chegamos a Lagoinha,
passamos pelo Cristo na entrada da cidade que parecida dar boas vindas de
braços abertos para o visitante. Descemos para a Praça da Matriz, registramos
nossa passagem no pórtico e ainda conhecemos a Igreja de Nossa Senhora da
Conceição de Lagoinha, subimos no Cruzeiro da cidade onde tivemos uma vista
privilegiada.
Seguimos nosso caminho pelas
estradas rurais, passando por sítios e fazendas com muitas montanhas a nossa
volta e a serra do mar ao longe. A vista era de encantar os olhos a cada curva.
Durante o trajeto vimos alguns
sítios fechados e vários animais desesperados por comida. A falta de chuva
acabando com o pasto e os animais abandonados à própria sorte. Deu dó dos
bichos.
Nesse trecho ouvimos muitos cantos
diferentes de pássaros. Em alguns momentos parecia uma sinfonia com várias
espécies cantando ao mesmo tempo. Ouvimos as maritacas, gaviões, quero-quero,
tesourinhas, joão-de-barro, seriemas, corujas, pombas, periquitos, sabiás,
canários... Enfim, foi bom demais ouvir tudo aquilo.
Outro momento interessante foi quando
passamos por um campo onde um avião monomotor com problemas mecânicos fez um
pouso forçado em julho de 1924. Ele transportava uma bomba com 3 quilos de
dinamite e 50 mil panfletos com a intenção de bombardear o Palácio do Catete e
convocar os cariocas para a Revolução de 1924.
O caminho todo estava bem
sinalizado e foi um trecho muito fácil de percorrer com poucas, mas boas subidas.
Mas no geral era quase tudo plano.
Posso dizer que o melhor momento
da caminhada foi quando achamos uma cachoeira no caminho. Foi sensacional! O sol
estava forte, o ar estava muito seco, só um banho de cachoeira para revigorar e
recarregar as energias. Depois do banho e com baterias recarregadas voltamos à caminhada
rumo ao final do trecho.
O sol já estava se pondo quando saímos
de uma estrada rural e entramos na rodovia já perto de chegar ao destino final.
Agora faltavam apenas 2,5 km para chegar a Cunha, mas esses últimos quilômetros,
podemos dizer que foram os mais difíceis. Depois de uma longa caminhada pegar
uma subida íngreme já quase sem forças nas pernas, foi bem difícil, mas
encaramos!
Entramos em Cunha já à noite,
passamos no pórtico para registrar nossa passagem e fomos atrás de um bom lugar
para recarregar as energias.
Depois do “pequeno grande”
lanche, voltamos para casa, já programando nosso retorno para concluir a Rota
da Esperança!
Não preciso dizer que foi bom
demais! A turma toda caminhando e rindo o tempo todo, mesmo nas horas onde
bateu o cansaço.
Valeu pessoal pela disposição e
pela companhia!
Até a próxima!
Caminhantes, Alexandre, Andréia,
Argeu, Cláudio, Cris, Marco Lasinskais, Marcos Roberto, Marcos Tsuda, Marilice,
Rafael e Seu Carlos.
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